Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
10/8/2017 8:05
[fotografo]ABr[/fotografo][/caption]Por oito votos a três, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram a inclusão de reajuste salarial para eles mesmos na proposta orçamentária do tribunal a ser enviada ao Congresso Nacional. A decisão ameaça a tentativa de procuradores da República de elevar sua remuneração em 16,38%, já aprovada pela categoria em julho.
A medida, aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, tem impacto de R$ 116 milhões nos cofres públicos. O salário bruto da categoria varia de R$ 28 mil a R$ 33,7 mil, de acordo com a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Mas o aumento pretendido pelos procuradores só pode avançar se houver reajuste do salário dos ministros do Supremo, teto do funcionalismo público, hoje fixado em R$ 33,7 mil.
Para a maioria dos magistrados, porém, o momento de grave crise econômica não permite esse tipo de aumento. Votaram a favor do reajuste os ministros Ricardo Lewandowski, autor da sugestão, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. Ficaram contra a proposta a presidente da corte, Cármen Lúcia, e os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luiz Edson Fachin.
Os ministros fecharam a proposta orçamentária do Supremo para 2018 em R$ 708 milhões (3,1% maior que o previsto para este ano). O texto deve ser enviado até o fim do mês ao Ministério do Planejamento.
Derrotado em sua reivindicação, Lewandowski defendeu o reajuste como uma necessidade. Segundo ele, o Supremo tinha "não apenas o dever legal, mas também institucional" de elevar a remuneração de seus integrantes.
De acordo com o ministro, com a aprovação do reajuste e a sua inclusão na LDO 2018, o impacto no orçamento do Supremo seria de cerca de R$ 2 milhões. O ministro afirmou que essa modificação caberia no orçamento com poucos cortes. "Trata-se de uma decisão que já foi tomada pelo STF", afirmou Lewandowski, lembrando que o reajuste chegou a ser aprovado anteriormente em sessão administrativa da corte.
A maioria dos ministros, no entanto, lembrou do efeito cascata da medida. Decano do tribunal, Celso de Mello ressaltou que o teto do funcionalismo não tem sido respeitado e, com frequência, é extrapolado por outros magistrados, que recebem vantagens adicionais.
"Entendo que deve haver uma participação solidária do STF nesse enfrentamento para superar a situação econômico-financeira do país", afirmou o ministro.
Responsável pelo veto ao aumento, a presidente do Supremo disse que o momento é de dar exemplo e ser solidário aos brasileiros que enfrentam a grave crise econômica. "Eu nunca vivi um tempo de tamanha exigência", afirmou Cármen, ao defender a rejeição ao aumento.
<< Veja a íntegra da proposta orçamentária do STF para 2018Tags
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
Imposto de Renda
Comissão adia votação da isenção do IR para esta quarta-feira