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Apostas
9/7/2025 16:00
Com a responsabilidade que me foi outorgada pelo povo do meu querido Estado do Pará e, acima de tudo, com a convicção dos princípios que regem minha fé e minha vida, manifesto minha veemente oposição ao Projeto 2234/2022, que visa autorizar o funcionamento de cassinos e bingos em nosso país.
Não podemos, em nome de um suposto progresso econômico, abrir as portas para um flagelo social que já assola milhões de famílias brasileiras.
A liberação irrestrita dos jogos de azar é um caminho perigoso, que trará consequências devastadoras para a saúde mental, a estabilidade financeira e a estrutura familiar de nossa nação.
Permitam-me ser claro: o jogo não é uma atividade inofensiva. Ele é uma armadilha, um vício silencioso e cruel que destrói vidas. Refiro-me à ludopatia, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno de controle de impulsos.
No Brasil, a situação é alarmante: a OMS estima que cerca de 2 milhões de pessoas são atualmente atingidas pela ludopatia. E o que é ainda mais preocupante, esse problema tem afetado, cada vez mais, o nosso público jovem, impulsionado pela facilidade e acessibilidade das apostas online.
Uma pesquisa recente da Universidade de São Paulo (USP) corrobora esses dados, estimando que também cerca de 2 milhões de pessoas são viciadas em jogos em nosso país. Isso não é um número, são vidas, são famílias desestruturadas, são sonhos desfeitos. A ampliação da prática do jogo, especialmente no ambiente online, já está causando repercussões gravíssimas na vida financeira das famílias, arrastando-as para o endividamento e a miséria.
Lembremos dos 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família que, no ano passado, enviaram R$ 3 bilhões via Pix a plataformas de apostas em apenas um mês, segundo o Banco Central.
Com a liberação de cassinos e bingos, o estado estará estimulando que famílias tentem a sorte nas roletas, apostando o pouco dinheiro que têm para comprar comida.
Ademais, a liberação dos jogos tende também a afetar a economia nacional, desviando recursos produtivos para uma atividade estéril e viciosa. E, de forma mais dolorosa, ceifa a saúde mental da nossa população, gerando ansiedade, depressão e, em casos extremos, até mesmo o suicídio.
Como senador e como cristão, não posso compactuar com uma medida que, em vez de proteger, expõe ainda mais os nossos cidadãos a um mal tão profundo.
A Bíblia nos ensina sobre a temperança, a responsabilidade e o cuidado com o próximo. O jogo, em sua essência, contraria esses princípios, estimulando a ganância, a ilusão do ganho fácil e a negligência das responsabilidades.
Não podemos trocar a saúde e a dignidade do nosso povo por uma promessa vazia de arrecadação. Os custos sociais e humanos da ludopatia e da proliferação dos jogos de azar serão infinitamente maiores do que qualquer benefício financeiro que se possa imaginar.
Por tudo isso, e em defesa da família brasileira, da saúde mental de nossos jovens e da integridade de nossa nação, meu voto será não ao PL 2234/2022. Que Deus ilumine nossas decisões.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].