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COP30
13/11/2025 10:00
A COP30, que começou nesta segunda-feira, 10, em Belém, é um chamado à ação. Mais do que um encontro de lideranças e especialistas, esta deve ser a COP da Implementação, a COP da Verdade, o momento de transformar compromissos em resultados concretos, de sair do discurso e avançar para ações reais. A crise climática exige coragem, coerência e responsabilidade. O que está em jogo não é um debate técnico, mas um pacto moral com o futuro do planeta.
Como presidente da Subcomissão da COP30 do Senado Federal, acredito que esta conferência precisa deixar um legado de compromisso com a vida. Um legado como o princípio da "Morte Zero", que reconhece que nenhuma morte provocada por eventos climáticos é aceitável. Essa deve ser uma meta ética e política global. Prevenir é mais inteligente, mais econômico e, acima de tudo, mais humano.
As mudanças climáticas aprofundam desigualdades e escancaram injustiças sociais. Enchentes, secas e ondas de calor não atingem a todos da mesma forma. São as populações mais pobres, com menor infraestrutura urbana e menos acesso a serviços públicos, que sofrem primeiro e de maneira mais severa os impactos da crise climática.
O Distrito Federal é um retrato claro dessa desigualdade. Enquanto regiões mais centrais, como o Plano Piloto, Lago Sul e Águas Claras, contam com áreas verdes e infraestrutura adequada, as cidades periféricas, como Ceilândia, Itapoã, Riacho Fundo, Recanto das Emas e Samambaia, convivem com temperaturas mais altas, menos arborização, alagamentos e riscos de deslizamentos. Nos últimos anos, fortes chuvas provocaram destruição em diversos pontos do DF, atingindo especialmente famílias em áreas vulneráveis.
A aprovação pela Câmara Legislativa do DF, em julho deste ano, da Política Distrital de Arborização Urbana e de Combate às Desigualdades Ambientais, é o reconhecimento desse problema na nossa capital. A iniciativa reforça o que a ciência e a realidade já mostram: o clima no DF não é igual para todos. As diferenças de sombra, ventilação e drenagem entre as regiões administrativas são também expressões das desigualdades sociais e territoriais.
É por isso que defendemos o fortalecimento dos mecanismos de transparência e integridade na política climática, garantindo que os recursos nacionais e internacionais cheguem de forma justa e fiscalizada às regiões mais vulneráveis.
A COP30, portanto, é a oportunidade de reafirmar o protagonismo do Brasil na agenda climática e social. Daqui, do centro do país até a Amazônia, o que está em jogo é a defesa da vida, da justiça e da integridade. É tempo de agir, com verdade, transparência e compromisso, para que esta seja lembrada como a COP das ações, da coragem e da esperança.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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