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Liderança feminina
17/11/2025 14:55
Há quase quatro décadas como jornalista e consultora em Comunicação Estratégica, pude constatar uma transformação crucial na sociedade brasileira e mundial. Entre as diversas mudanças que vivemos, uma delas, ainda silenciosa, emerge como a mais desafiadora: a revolução feminina.
Refiro-me a essa transformação encampada por um grupo crescente de lideranças femininas. Ao longo dos séculos, elas vêm desafiando a cultura patriarcal que ainda prevalece na maioria das nações, incluindo o Brasil. O objetivo é que suas vozes não só sejam ouvidas, mas que tenham influência e poder para alterar, e muitas vezes melhorar, o mundo em que vivemos. São histórias que merecem ser conhecidas e compartilhadas.
A partir de hoje, todas as segundas-feiras, este será meu objetivo neste espaço que o Congresso em Foco me ofereceu: contar a trajetória e as experiências de diferentes mulheres, das mais diversas áreas. Elas estão abrindo as portas para que as próximas gerações possam seguir avançando. Muitas batalhas ainda terão de ser vencidas, e o caminho pela frente promete ser longo e tortuoso.
Assim, a cada semana, trarei recortes históricos e pessoais da luta de mulheres que não se curvaram. Elas enfrentaram o preconceito, a violência de gênero e até o desestímulo de parte da própria população feminina. Esta parcela ainda se mantém presa à tradição milenar, que internaliza no inconsciente de muitos a tese vencida e carcomida de que o sexo feminino não foi feito para liderar, mas para se submeter.
A ideia é mostrar como muitas dessas personagens construíram seu caminho, desviando dos obstáculos e superando adversidades com resiliência, inteligência e perseverança. Nem todas chegaram ao topo, mas foram fundamentais ao desbravarem mares antes apenas navegados por homens.
E como ainda existem fronteiras que nunca foram cruzadas por uma mulher no Brasil, ainda hoje, em pleno século XXI. Pego como parâmetro a representação política feminina do nosso país. Embora representem a maioria da população brasileira, as mulheres seguem sendo minoria nos 3 Poderes da República ou mesmo nos cargos de comando de instituições públicas e privadas.
Um dado levantado no ano passado, após a abertura das urnas das eleições municipais, mostrou que 2 a cada 3 cidades do país não elegeram uma mulher sequer para a prefeitura em 20 anos. Isso significa que 3.557 municípios brasileiros, o equivalente a 64% do total, não tiveram uma prefeita eleita desde 2000.
Apesar desses desafios, as mulheres não desistiram de seus objetivos. Elas seguem avançando, unindo-se de forma suprapartidária, como nos ensinam as bancadas femininas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Desde o surgimento do 'Lobby do Batom' durante a Constituinte, essas parlamentares têm conseguido superar as diferenças ideológicas e atuar de maneira coesa em favor de bandeiras em comum, colhendo vitórias surpreendentes.
Por mais que ainda ouçamos de alguns dirigentes partidários que faltam mulheres interessadas em ocupar espaços na política - muitas vezes tentando driblar as exigências e cotas de gênero impostas por decisões judiciais -, os avanços conseguidos por aquelas que furam essa bolha do Poder seguem promovendo mudanças profundas. Essas transformações impactam o dia a dia de mães, filhas e até crianças, antes totalmente vulneráveis à violência doméstica.
Por essas histórias e notícias, que de alguma maneira ajudo a divulgar, é que renovo diariamente a minha paixão pelo jornalismo.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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