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A luta de Rachel de Queiroz e seu espelho na atualidade

Roberto Claudio

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21/11/2021 | Atualizado às 9:18

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A escritora Rachel de Queiroz, durante posse na Academia Brasileira de Letras em 1977. Foto: Acervo Nacional

A escritora Rachel de Queiroz, durante posse na Academia Brasileira de Letras em 1977. Foto: Acervo Nacional
Nesta semana que passou, nós comemoramos os 111 anos de nascimento de Rachel de Queiroz, nossa conterrânea cearense, escritora, jornalista, cronista, tradutora, romancista e dramaturga que, pelo seu destacado papel na literatura, notadamente na ficção social nordestina, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Ingresso ocorrido no ano de 1977. Rachel ficou conhecida nacionalmente aos dezenove anos de idade, quando publicou, em 1930, o seu primeiro e mais popular romance, intitulado "O Quinze", com um retrato da luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. O ano de 1915 marcou uma das mais graves secas da nossa região. Nossa escritora abordava, com uma pena sofisticada, sua preocupação com questões sociais, numa inteligente análise psicológica de seus personagens, ganhando relevância no desenvolvimento do romance nordestino. A obra foi escrita enquanto Rachel se tratava de uma congestão pulmonar e, em repouso durante o tratamento, escreveu o romance escondida à noite. Sem a pretensão de analogismos, algo muito similar à forma como as mulheres impuseram conquistas a direitos e prerrogativas sociais no curso da nossa história. E como as mulheres ganharam espaço na cena social. Nos dias atuais, já não têm a velada preocupação de se esconder ou camuflar a luta por mais avanços. Com irrefutável papel de protagonismo na sociedade contemporânea, a mulher incorpora lutas e conquistas, bandeiras e garantias, além do exercício de um papel preponderante na condução de projetos e ações. Só para citar um exemplo, tive a competente e efetiva participação feminina no secretariado quando à frente da Prefeitura de Fortaleza. Nada menos que 80% do orçamento público da nossa Capital estava sob gerência de mulheres, como as pastas da Saúde, Educação, Infraestrutura, Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente. Quando nos voltamos para a realidade mais ampla, vimos que o percentual de casas com comando feminino no país vem crescendo vertiginosamente. De 1995 até o ano de 2018, segundo o IBGE, o percentual de comando feminino nos lares brasileiros saltou de 25% para 45% com inserção no mercado de trabalho. Na Região Metropolitana de São Paulo, quatro em cada dez lares são comandados por mulheres. Entre essas mulheres que chefiam seus lares, 46% sustentam os filhos ou netos sem a presença de um cônjuge. No Brasil, são mais de 11 milhões de mães solo, também de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. São mães solo que assumem a responsabilidade de cuidar dos filhos, conciliando trabalho e a efetiva garantia ao orçamento familiar. E aqui reside um desafio extra: no Brasil, 63% das casas chefiadas por mulheres estão abaixo da linha da pobreza, segundo o IBGE. Um quadro agravado ainda mais pelo cenário da pandemia da covid-19. Por esses indicadores, reputo da maior relevância uma ousada política pública que busque assegurar a ampliação de direitos em questões que se referem muito diretamente às mulheres. Cito as vagas para matrícula na primeira infância (creche), as escolas de tempo integral para o ensino fundamental e ensino médio e, quando também contemplarmos o empreendedorismo feminino, políticas que priorizem a formação e capacitação feminina para o mercado de trabalho. Tenho a certeza de que esse é um cenário que não tarda, quando olhamos para a participação feminina na vida política do país. Mesmo ocupando apenas 15% das cadeiras na Câmara Federal, as deputadas são responsáveis por 22% dos projetos relacionados à educação e 25% das propostas da área da saúde, entre os anos de 2015 e 2020. Temas que reverberam as preocupações mais diretas com o universo da mulher que também é mãe, que também é trabalhadora. Se lembrarmos de Rachel de Queiroz, vamos identificar o seu interesse por política ainda nos anos 1920, quando ingressou no que restava do Bloco Operário Camponês em Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. No período do Estado Novo, Rachel viu seus livros serem queimados junto com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos sob a acusação de serem subversivos. E como é salutar essa subversão da luta das mulheres. Aqui deposito minhas esperanças de que vamos construir um País melhor quando a política alcançar o estágio de representatividade feminina na mesma proporção dos problemas que hoje nos desafiam. Rachel nos deixou exemplo, assim como "A Mãe" de Máximo Górki. E a nenhum de nós, homens e mulheres, é dado o direito de não reconhecermos que temos compromisso com a manutenção de uma efetiva participação política em prol do bem comum!! O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]. Outros artigos do mesmo autor  
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