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29/6/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 16:05

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Catedral em Assis, Itália [fotografo]  Enrico Tavian/Unsplash [/fotografo]

Catedral em Assis, Itália [fotografo] Enrico Tavian/Unsplash [/fotografo]
Emanuel estava superfeliz naquele iluminado entardecer de sábado. Percebera, logo cedinho, que os passarinhos passaram o dia cantando mais alegres, os animais corriam em festejo e as flores exalavam um perfume especial. Não era desmotivada a sincronicidade da vida em euforia durante o avançar do relógio. É que logo mais a família de Emanuel receberia a visita dos jovens italianos Francisco e Clara. Eles moravam na pequena cidade de Assis e visitavam o Brasil para se aconselharem com Jeová. Os dois jovens haviam abandonado as riquezas de suas respectivas famílias, renunciado aos títulos nobiliários e todo tipo de ostentação patrimonial. Dedicavam-se aos pobres e aos leprosos, vivendo com eles em plena e sincera integração. As pessoas tinham-nos como verdadeiros santos católicos, alguns até jurando que eram testemunhas de incontáveis milagres por eles praticados. A pequena Assis, em razão das comunidades que cresciam em torno dos dois, havia se tornado centro de romaria a atrair a atenção do mundo. Mas era exatamente esta atração a principal razão da preocupação dos dois caridosos cristãos. É que, humildes, se sentiam pequenos instrumentos da paz e do amor, recusando-se à soberba de serem destinatários de qualquer admiração. Precisavam saber diretamente o que estava acontecendo. - Eles chegaram? Eles chegaram? Eles chegaram?  - entrou, esbaforida Jaci, na casa de Emanuel. - Eles quem, menina? - gargalhou Emanuel, fingindo-se desentendido. - Os italianinhos, chiaro? - interrompeu Jaci. - Entendi, Jaci. Você quer saber como Francisco compôs a sua Oração? - seguiu sorrindo Emanuel, para começar a cantarolar. - "Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor..." - Adoro este louvor ao amor incondicional - interrompeu outra vez Jaci. - Mas eu quero conhecê-los por outro motivo. Especialmente a Clara. - Já sei! Você quer conversar com Clara sobre como elaborar um regramento de uma comunidade feminina entre as divindades?  - continuou, brincando, Emanuel. - Ou saber o que ela quis dizer quando ensinou que é "Melhor guardar tesouros no céu do que na terra"? - Deixe de ser chato, Emanuel! Eu conheço de cor e salteado cada palavra de Clara, sei que ela "nunca perde de vista o seu ponto de partida" - interrompeu, impaciente, Jaci. - E não se limita à chegada, pois colocou "a mente no espelho da eternidade". E de eternidade todos nós somos especialistas. - Ela está assim desde cedo, Emanuel! - sorriu Oxalá. - Passou lá no terreiro e quase não pude trocar de roupa. Me pegou pelas mãos e chegamos aqui correndo. Nem tive tempo de perguntar a razão de tanta pressa. - Entendi, Oxalá! Jaci certamente quer aproveitar a presença dos dois no Brasil e pedir apoio na luta que trava contra a ganância dos que destroem a floresta Amazônica - riu Emanuel. - Cuidado para que Ceuci não fique enciumada! - E sem falar da nossa irmã Caipora - brincou Oxalá. - Ela está tendo muito trabalho, agora que os governantes brasileiros acabaram com todos os órgãos de fiscalização e proteção da floresta. Oxóssi está reclamando que não consegue socorrer em tempo as vítimas dessa política destrutiva. Todo dia é uma norma ou uma ordem para acabar com a vida e o meio ambiente. - Disso todos sabemos! Agora mesmo querem impedir a demarcação das terras ocupadas pelo meu povo - suspirou Jaci. - Como diria Clara, "Quem ama as coisas temporais, perde o fruto do amor." Eles amam o ouro, as madeiras cortadas ilegalmente... - Francisco e Clara até que poderiam inspirar a magistratura para que protejam os direitos dos povos de Jaci. Eles são muito queridos no Brasil - refletiu Oxalá. - Vou conversar com Orula e Yewá para que entrem nessa empreitada. Nossas comunidades sofrem das mesmas perseguições. - Acredito ser uma boa ideia! Clara certa vez me disse que devemos ser "a ponte entre Aquele que tudo pode e as criaturas que de tudo precisam" - concordou Emanuel. - Compreendi a sua pressa, Jaci. É preciso urgência para salvar o seu e o meu povo e a natureza defendida. - Você não entende nada, Emanuel!  - cortou Jaci, fingindo-se zangada. - A sua verdade está mais difícil de ser encontrada do que um camelo passar pelo buraco de uma agulha. A luta para defender o meu povo começou no dia em que as caravelas portuguesas invadiram Pindorama. - Tá certo, Jaci! Por que você quer conhecer Francisco e Clara? - perguntou, curioso, Emanuel. - "Elementar, meu caro Watson!" - foi a vez de Jaci soltar uma sonora risada. - Quero conhecer os meus parentes. - Parentes? - surpreendeu-se Emanuel. - Fratelli! Fratelli! - respondeu, divertindo-se, Jaci, gesticulando como fazem os italianos. - Vocês não chamam os dois de Irmão Sol e Irmão Lua? E o que Guaraci e eu somos? Não somos o Sol e a Lua? - Bravo! Bravo! - aplaudiu Oxalá, para vibrar com a tirada final da serelepe Jaci. - A minha Oshupá não perde uma. - Bendito seja o seu humor, Jaci! - gargalhou Emanuel, para logo apontar para o portão celestial. - E olhe lá os nossos convidados chegando? A Casa do Pai pertence a vocês, podem entrar! - Eikobé xe rapixar etá! T'-ere-îu-katu! - apressou-se Jaci, para logo cumprimentar os visitantes. - Xe r-oryb nde kuaba resé!  - Piacere di conoscerti - cumprimentou Clara, em sorriso angelical. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br. > Leia mais textos do autor. 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