Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Ricardo Cappelli
Lula ou Bolsonaro: quem se arrisca a cravar o resultado final?
Ricardo Cappelli
Ricardo Cappelli
27/1/2018 | Atualizado às 12:28
[fotografo]Reprodução / UFPI[/fotografo][/caption]5 - O xadrez da direita - O STF, pressionado, decidiu rediscutir a prisão a partir da segunda instância. Prender Lula é uma aposta de alto risco. Quem conhece o mercado sabe que seus yuppies gostam de uma aposta. Ontem a Bolsa subiu e o dólar caiu. O próximo alvo deve ser Bolsonaro. Precisam tirá-lo do jogo. Vão limpar o campo para, se possível, tentar ganhar no primeiro turno.
6 - Avenida Paulista ou Cosme Velho? Alckmin unificou São Paulo. A turma que tentou golpear Vargas em 1932 não costuma brincar. Foi só FHC colocar Alckmin em dúvida e sinalizar para Huck que a Folha de S. Paulo estampou o apartamento dele na Avenue Foch, um "barraco" de 11 milhões de euros. A Globo também não é um império por acaso. Travarão uma luta dura pelo leme e, pragmáticos, irão se unificar ao final em torno do vencedor.
7 - O erro da radicalização - Atos estéreis de radicalização esquerdista é tudo que a direita espera que façamos. Abrirão champanhe a cada novo ato vanguardista. É erro grave. Numa defensiva brutal, não há saída a não ser sair das cordas, ampliar.
8 - O Lulismo e o dilema - A massa lulista defende as políticas sociais. E opta por um líder forte, protetor. Em alguns estados quando Lula sai da eleição crescem em seu lugar Huck e Bolsonaro. Lula continuará sendo o principal ativo do campo progressista. Seu poder de transferência é importante, se será suficiente é cedo para afirmar. Ficando cada vez mais claro que não irá até o final, qual será o momento ideal para substituí-lo de forma a facilitar a transferência? Esse dilema, cedo ou tarde, vai chegar à mesa do PT.
9 - Divisão da esquerda - Não existe espaço vazio, é a política como ela é. Os demais partidos também avançarão na discussão de alternativas. Se as direções partidárias não tiverem juízo, daqui a pouco veremos comunistas, socialistas, correligionários de Ciro, petistas e psolistas trocando tapas em praça pública. A insegurança sobre o futuro do Lulismo e a disputa por seu espólio serão o terreno fértil para esta eventual lambança.
10 - Um novo partido para uma nova realidade - Loucura? Fora da realidade? O novo quadro impõe pensar "fora da caixinha." Qual o sentido, na atual quadra histórica, de termos Manuela D'Ávila, Ricardo Coutinho, Jaques Wagner, Ciro, Requião e até mesmo psolistas como Erundina e Edmilson Rodrigues em partidos diferentes? Pegaram o Rei. Vão parar em Lula ou no PT, como Lula achou que parariam em Dirceu? A construção de um novo partido de frente, orgânico, que reúna comunistas, socialistas, sociais democratas e nacionalistas em torno de um programa por uma nova independência do Brasil sacudiria nosso campo e apontaria perspectiva. Não se trata da dissolução ou da liquidação dos partidos atuais, que atuariam por dentro da Frente. Seria a materialização de uma compreensão histórica superior sobre o estágio da luta no Brasil.
11 - É possível ganhar? - A tarefa da direita é das mais difíceis. Aprovar um projeto antinacional e antipopular nas urnas em meio a uma grave crise econômica e social não será fácil. Terão que alijar a esquerda do processo e contar com a sua divisão. É possível ganhar. Desde que haja grandeza e desprendimento de todos.
Do mesmo autor:
<< O inimigo é outro: meritocracia e a ameaça ao estado democrático
Temas
Eleições e território
Serviços públicos
Política global
Política e diplomacia
Segurança pública