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Cris Monteiro
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Gestão pública
25/9/2025 15:00
O resultado do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 é um retrato claro da má condução do governo federal na gestão das estatais. O lucro líquido ajustado de R$3,8 bilhões representa uma queda de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. Um tombo preocupante que vai muito além de uma mera oscilação de mercado.
Os Correios, por sua vez, registraram um prejuízo de R$4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, mais do que o triplo do resultado negativo de R$1,3 bilhão no mesmo período de 2024. A estatal enfrenta queda de receitas, que caíram de R$9,2 bilhões para R$8,1 bilhões, ao mesmo tempo em que suas despesas dispararam, passando de R$1,9 bilhão para R$3,4 bilhões. Apesar do anúncio de planos de venda de imóveis, programas de demissão voluntária e até o lançamento de um marketplace, as medidas são consideradas insuficientes para reverter a crise, levando a companhia a buscar até R$4 bilhões em financiamento junto ao Banco dos Brics.
Enquanto outros países avançam com inovação e eficiência, o Brasil insiste em um modelo ultrapassado de gestão estatal que já demonstrou seus limites. Diferente do setor privado, muitas estatais não têm critérios técnicos claros, estão sujeitas a interesses políticos e não possuem a agilidade que o mercado exige.
Essa crise revela a fragilidade do próprio arcabouço institucional que deveria garantir sua boa condução. Conselhos de administração muitas vezes são meramente figurativos, sem independência real, e órgãos de controle acabam entrando em cena apenas quando o prejuízo já se consolidou. Falta um sistema claro de métricas de desempenho, que permita ao Congresso, Casas Legislativas e Tribunais de Contas acompanhar de perto os resultados e responsabilizar gestores quando necessário. Sem essas salvaguardas institucionais, a porta fica aberta para ingerências políticas, decisões populistas e a perpetuação de modelos que drenam recursos públicos sem oferecer retorno à sociedade.
Se o problema é estrutural, a resposta também precisa ir além de medidas pontuais. Estatais só deixarão de ser sinônimo de ineficiência quando forem blindadas de interferências políticas e submetidas a padrões reais de governança, transparência e cobrança de resultados. Não se trata de ideologia, mas de bom senso: em alguns segmentos, insistir na presença estatal é desperdiçar recursos, quando a privatização poderia oferecer serviços mais modernos, ágeis e competitivos.
Precisamos de um Estado que cumpra seu papel regulador, que dê segurança ao investimento privado e que assegure um ambiente saudável para o empreendedorismo. É essa visão que traz crescimento, inovação e empregos. Fortalecer estatais não significa transformá-las em instrumentos de governo, mas sim blindá-las de interferências e garantir que atuem com governança, profissionalismo e responsabilidade.
O Brasil não precisa de mais Estado controlando a economia, mas de mais liberdade para que pessoas e empresas possam prosperar. O caminho é mais mercado, mais eficiência e mais responsabilidade com o dinheiro público.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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