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O que Valério não explicou à CPI

Congresso em Foco

4/8/2005 10:47

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Durante 14 horas de depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza negou ser operador do suposto esquema de pagamento de mesada a membros da base aliada, classificou como mentirosas as declarações de dois deputados - Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Borba (PMDB-PR) - e disse que não tinha poder para "abalar a República".

Apontado como peça-chave da maior crise política do governo Lula, Valério confirmou manter relações com dirigentes do PT e do PSDB, mas deixou uma série de questionamentos em aberto. Como o depoimento só terminou às 23 horas, a comissão adiou para hoje a audiência com a ex-secretária do publicitário Fernanda Karina Somaggio, que o acusa de se valer de relações escusas com a cúpula petista para impulsionar os seus negócios.

Representantes da oposição e do governo na CPI já anunciaram: pretendem convocar o publicitário novamente. Veja quais foram os principais questionamentos não respondidos por Valério:

Por que e para quem foram os saques?

O publicitário foi evasivo ao responder por que, segundo o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf), foram sacados R$ 20,9 milhões de suas contas nos últimos dois anos. Apesar de confirmar o saque em dinheiro no Banco Rural, Valério evitou dar detalhes sobre a movimentação. De acordo com ele, o dinheiro era usado para pagar artistas que participavam das campanhas publicitárias de suas empresas e para o pagamento de fornecedores. O publicitário não soube responder por que havia declarado ao delegado Luís Fernando Ayres Machado, da Polícia Federal, em 2003, que suas empresas só realizavam operações de pagamento fora da rede bancária com gráficas, mediante pagamento com cheque. Parte do dinheiro teria sido destinado a investimentos, mas ele se recusou a especificar quais. "Os investimentos serão revelados no foro adequado. Me reservo ao direito de não revelar esses investimentos", disse. Somente Valério teria sacado R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo nesse período. Relatório preliminar do Coaf indica que os saques feitos pelas empresas dele podem chegar a R$ 70 milhões. O publicitário atribuiu a "uma coincidência do acaso" o fato de alguns saques terem sido feitos às vésperas de votações importantes no Congresso e de viagens dele a Brasília.


Qual a procedência dos R$ 450 milhões cuja origem é desconhecida do Ministério da Fazenda?

Marcos Valério disse não ter conhecimento da existência de R$ 450 milhões cuja origem não foi identificada pelo Coaf ao levantar a movimentação bancário das empresas dele desde 1999. De lá pra cá, segundo o órgão do Ministério da Fazenda, a DNA Propaganda e a SMP&B movimentaram R$ 1,2 bilhão no Bradesco e no Banco do Brasil. Segundo ele, o caso deverá ser esclarecido pela Receita Federal. "Não me lembro de tudo", esquivou-se.


Por que o patrimônio dele cresceu 60 vezes em apenas sete anos?

O publicitário foi objetivo ao responder a origem de seu enriquecimento repentino: "Foi muito trabalho". De acordo com dados apresentados à Receita Federal, o patrimônio de Valério saltou de R$ 230 mil, em 1997, para R$ 14 milhões, em 2004, ou seja, mais de 60 vezes. A evolução patrimonial se acentuou em 2002, quando ele declarou possuir R$ 3,8 milhões. No ano seguinte, o primeiro do atual governo, os bens do empresário somavam R$ 6,7 milhões. De lá pra cá, o patrimônio mais do que dobrou.


Por que foi envolvido no escândalo?

Depois de negar ter repassado ao deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) uma mala com R$ 4 milhões para financiamento de campanha partidária, o publicitário não explicou por que teria sido citado pelo petebista. "Por que cargas d'água o deputado Roberto Jefferson iria escolher o nome do senhor para meter nesse imenso abacaxi?", questionou o senador Sibá Machado (PT-AC). "Ele é um homem articulado e sabe onde quer chegar...", respondeu Valério. "E aonde ele quer chegar?", insistiu o senador. "Ele é que deve responder", afirmou.

Por que avalizou empréstimo para o PT?

O publicitário afirmou que foi avalista de um empréstimo no valor de R$ 2,4 milhões feito pelo PT, em 2003, no BMG, exclusivamente porque é amigo do tesoureiro do partido, Delúbio Soares, a quem havia conhecido no ano anterior. Apesar de ter pago uma parcela da dívida, no valor de R$ 350 mil, disse que ainda não cobrou o empréstimo do PT. "(Delúbio) me pediu para ser avalista porque o partido precisava liquidar um débito e o BMG queria o aval de alguém que tivesse lastro. Hoje não sou mais avalista." Apesar de ter assinado o contrato como pessoa física, Valério contou que pagou a parcela do empréstimo como pessoa jurídica, por meio da SMP&B, empresa que está em nome de sua mulher e que possui contratos com vários órgãos do governo federal. O publicitário afirmou que não é mais avalista do partido.


Qual era a movimentação de suas empresas para o exterior?

Perguntado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre o valor das transferências de dinheiro que suas empresas costumam fazer para o exterior, Marcos Valério disse que a movimentação média era de US$ 7 mil a US$ 10 mil. O dinheiro seria destinado ao pagamento de fornecedores. Confrontado pelo tucano, o publicitário calou-se e não respondeu por que é alvo de uma investigação feita pelo Ministério Público que mostra uma remessa de US$ 1 milhão das empresas dele para a Beacon Hill Service Corporation, uma das principais off-shore envolvidas no escândalo do caso Banestado. Segundo documentos levantados pela CPI do Banestado, a DNA Propaganda fez 50 operações para enviar US$ 750 mil ao exterior por meio de doleiros que movimentavam as chamadas contas CC-5 (de não residentes no país). Há dois anos, Valério negou à PF ter usado doleiros ou casas de câmbio para fazer operações no exterior. "Há indícios de evasão de divisas, um crime contra o sistema financeiro", considerou o senador Álvaro Dias.

Qual a sua relação com o procurador da Fazenda Glênio Guedes?

O publicitário atribuiu a uma paixão em comum - a equitação - a aproximação dele com o procurador da Fazenda Nacional Glênio Guedes. Marcos Valério admitiu ter financiado passagens e hospedagens para o procurador, mas negou que tivesse a intenção de tirar vantagens para o Banco Rural, para o qual prestava assessoria. "Ele me solicitava para que eu emitisse as passagens. Ele me reembolsou." De acordo com a edição de hoje dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, dados obtidos pela CPI dos Correios revelam que Glênio recebeu pelo menos R$ 902 mil do empresário. Em seu depoimento, Valério garantiu que não havia "nenhum saque das empresas DNA e SMBP para o senhor Glênio Guedes". O procurador, que fazia parte do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional desde 1998, foi afastado do cargo quando se tornou público seu relacionamento com o publicitário. Ele fazia pareceres sobre recursos administrativos apresentados por instituições financeiras multadas pela Comissão de Valores Mobiliários, pelo Banco Central ou pela Secretaria de Comércio Exterior. Na semana passada, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (Conselhinho) julgou um processo aberto pelo Banco Central contra o Banco Rural e dois de seus dirigentes. O Conselhinho acolheu o parecer do procurador, que foi pelo arquivamento do processo.

 
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