Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Operação em SP eleva pressão na Câmara por projeto do devedor contumaz

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

CÂMARA

Operação em SP eleva pressão na Câmara por projeto do devedor contumaz

Ação contra grupo acusado de sonegar R$ 26 bilhões reacende a cobrança política para destravar o projeto que cria regras mais rígidas contra a inadimplência reiterada.

Congresso em Foco

27/11/2025 14:56

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

A operação deflagrada nesta quinta-feira (27/11) em São Paulo contra o Grupo Fit (antigo Refit), controlador da refinaria de Manguinhos, reacendeu a pressão para que a Câmara dos Deputados avance na votação do projeto que endurece o combate aos chamados devedores contumazes, empresas que transformam a inadimplência fiscal em estratégia de negócio.

Batizada de Poço de Lobato, a ofensiva investiga um esquema bilionário de fraude na cadeia de combustíveis que pode ter causado um rombo superior a R$ 26 bilhões. Cerca de 600 agentes públicos atuaram em seis estados e no Distrito Federal para cumprir mandados contra mais de 190 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de crimes tributários, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo ele, a lei é fundamental para

Segundo ele, a lei é fundamental para "asfixiar financeiramente" organizações criminosasJosé Cruz/Agência Brasil

Pressão aumenta sobre a Câmara

O impacto político foi imediato. A operação reforçou as cobranças para que a Câmara destrave o projeto de lei complementar (PLP) 125/2022, aprovado pelo Senado em setembro e parado desde então à espera de que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), indique um relator, condição indispensável para levar o texto ao plenário.

Em 30 de outubro, os deputados aprovaram o regime de urgência solicitado pelo Planalto, que permite analisar o projeto sem a passagem por comissões. A manobra, porém, enfrentou resistência expressiva. No último dia 11, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), voltou a pressionar e apresentou requerimento pedindo a inclusão imediata da proposta na pauta.

Veja a íntegra do projeto de lei complementar 125/2022

Apelos de Haddad e Kassab

Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a operação evidencia a urgência da aprovação da proposta. egundo ele, a lei é fundamental para "asfixiar financeiramente" organizações criminosas e separar contribuintes regulares de grupos que acumulam dívidas bilionárias enquanto seguem operando.

"Se a lei for sancionada este ano, entraremos em 2026 mais fortes para enfrentar o crime econômico", afirmou. Para o ministro, o texto:

  • protege a ampla maioria dos contribuintes;
  • cria critérios objetivos para identificar reincidência;
  • freia empresas que usam inadimplência como modelo de negócio;
  • combate a concorrência desleal.

Haddad ressaltou ainda que o setor de combustíveis se tornou um dos principais vetores de financiamento do crime organizado. O caso do Grupo Fit, disse, revela a sofisticação das fraudes: uso de offshores, fundos exclusivos, movimentações internacionais e empresas-laranja para ocultar patrimônio e driblar o Fisco.

O secretário de Governo de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, fez um apelo nas redes sociais para que a Câmara vote o projeto. "Trata-se de ferramenta fundamental para combater a fraude organizada e a concorrência desleal", afirmou. Segundo ele, a aprovação é urgente para recuperar bilhões em impostos e proteger empresas que cumprem suas obrigações.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), também cobrou a votação do projeto. "É absolutamente essencial para a competitividade do Brasil", disse ele ao Congresso em Foco. Júlio defendeu a criação de uma Operadora Nacional do Sistema de Combustível, para monitorar em tempo real a importação, produção e distribuição de combustíveis em todo o país. "Queremos que sejam monitorados em tempo real para que o cidadão não mais pague por um litro e receba 600 mililitros."

O que prevê o projeto

De autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e relatado pelo senador Efraim Filho (União-PB), o PL do devedor contumaz cria o Código de Defesa do Contribuinte e estabelece mecanismos mais rígidos para combater empresas que acumulam dívidas tributárias de forma reiterada e injustificada. Entre os principais pontos:

  • definição objetiva de devedor contumaz como quem deve mais de R$ 15 milhões, valor superior ao patrimônio conhecido;
  • possibilidade de inativação do CNPJ;
  • impedimento de participar de licitações, receber benefícios fiscais ou acessar a recuperação judicial;
  • manutenção das investigações mesmo após o pagamento do débito.

Para não punir empresas em dificuldade real, o texto preserva contribuintes com dívidas judicializadas, renegociadas ou relacionadas a situações excepcionais. A proposta também cria programas de conformidade tributária, com incentivos a bons pagadores, incluindo um bônus de adimplência que pode chegar a R$ 1 milhão por ano.

Operação mira maior devedor de ICMS de SP

O governo paulista classifica o Grupo Fit como o maior devedor de ICMS do estado, com passivos superiores a R$ 9 bilhões. As investigações apontam simulação de operações interestaduais, vínculos societários ocultos e uso de empresas interpostas para evitar o pagamento de impostos.

Durante coletiva, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o grupo deixava de recolher cerca de R$ 350 milhões por mês, valor suficiente para "impedir a construção de 20 escolas mensais". O Ministério Público diz que a operação confirmou as suspeitas iniciais, revelando movimentações incompatíveis com a situação fiscal do conglomerado.

Esquema de lavagem e bloqueio de bens

De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público, empresas ligadas ao Grupo Fit importaram R$ 32 bilhões em combustíveis entre 2020 e 2025 sem recolher tributos. O grupo teria montado uma rede de companhias conectadas operacional e financeiramente para lavar recursos oriundos da fraude.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional bloqueou R$ 10,2 bilhões em bens, incluindo imóveis e veículos. Ao menos 17 fundos de investimento foram identificados como parte da engrenagem de lavagem de dinheiro, alguns sediados em Delaware (EUA), onde a legislação não exige divulgação de cotistas, muitos deles compostos por apenas um investidor.

O Grupo Fit já era investigado pela Polícia Federal, que em agosto obteve autorização judicial para interditar a refinaria de Manguinhos após encontrar indícios de adulteração de combustíveis, omissão de etapas de refino e importações com declarações falsas.

Parceria com os EUA

Ainda ao comentar o assunto, Fernando Haddad reforçou a necessidade de um diálogo direto com o governo dos Estados Unidos para coibir crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. "A última operação foi de R$ 1,2 bilhão de envio para esses fundos em Delaware, e que voltam pra cá na forma de aplicação, como se fosse um investimento estrangeiro. Mas, na verdade, o dinheiro saiu daqui."

O ministro informou ainda que ele e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, já discutiram com o presidente Lula a urgência dessa articulação com o governo norte-americano. Haddad acrescentou que, com base nessas investigações, a Polícia Federal atuará na recuperação de ativos no exterior e acionará a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

PL do Devedor Contumaz devedores da Previdência fraudes Combat Armor gilberto kassab Fernando Haddad hugo motta Júlio Lopes Câmara

LEIA MAIS

FRAUDE FISCAL

Receita investiga fraude fiscal de R$ 26 bilhões do Grupo Fit

REGULAMENTAÇÃO

Especialistas debatem regulamentação do trabalho por app

Isenção do IR

Haddad diz que nova isenção do IR rompe lógica de ajuste sobre pobres

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

INSATISFAÇÃO DECLARADA

Alcolumbre e Motta faltam à sanção do IR e elevam tensão com Lula

2

DRAMA HISTÓRICO

Bolsonaro é o 9º ex-presidente da República a ser preso; veja a lista

3

Câmara dos Deputados

Comissão aprova remuneração mínima para entregadores por app

4

JUDICIÁRIO

Moraes manda Bolsonaro cumprir pena na Superintendência da PF

5

Vídeo

Homem se acorrenta no Congresso em "protesto legítimo" e é preso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES