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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Débora Álvares
6/6/2019 | Atualizado às 14:01
 
 
 Maia e Alcolumbre são vizinhos na Península dos Ministros, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília [fotografo]reprodução/Google Street View[/fotografo][/caption]É a primeira vez, nos últimos anos, que os presidentes da Câmara e do Senado têm uma relação de amizade. Apenas para citar alguns casos mais recentes: Maia não se dava com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) viviam trocando acusações. O ex-senador José Sarney (MDB-AP) e o ex-deputado Marco Maia (PT-RS) se relacionavam apenas institucionalmente quando presidiam suas respectivas casas legislativas.
A proximidade entre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre ultrapassa os muros das casas. "Volta e meia eles são vistos chegando juntos ao Congresso", relataram policiais legislativos ouvidos pelo Congresso em Foco. "Praticam a carona solidária", brincou outro congressista.
Em mais uma demonstração dessa aproximação, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre também têm combinado agendas fora de Brasília. Em 6 de maio, estiveram no Piauí para participar do evento Congresso das Cidades.
Naquele fim de semana, viajaram para Nova York ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Maia e Alcolumbre participaram de evento no Bank of America, da 9ª edição do evento Brazil and the World Economy, no Harvard Club, e do Lide Brazilian Investment Forum, no Metropolitan Club.
A total consonância entre os chefes do Legislativo ficou escancarada nas duas últimas semanas. As polêmicas que envolveram as votações das medidas provisórias enviadas por Jair Bolsonaro que corriam o risco de perder o prazo deixaram ambos em saia justa. De um lado, nenhum queria ficar com o ônus de deixar propostas importantes perder a validade. Do outro, parlamentares os pressionavam, especialmente Davi, por causa dos prazos de tramitação. As MPs chegaram ao Senado no limite, com pouco tempo para análise dos senadores.
>> No limite do prazo, Senado aprova MP 871, que coíbe fraudes no INSS
No meio dessa sinuca, eles fizeram uma negociação em torno da MP 870, da reforma administrativa. Uma emenda acatada pelo relator do texto, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), desmembrava o Ministério do Desenvolvimento Regional em dois: Integração e Cidades. A ideia dos dois era distribuir cargos a aliados, o que contou com o aval do governo. Isso, porém, foi derrubado no plenário.
No auge da crise, enquanto a Câmara não votava as MPs para enviá-las ao Senado, houve mais um momento que sugere a amizade entre os dois. Já na chapelaria, quando Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia deixavam o Congresso, o senador, de personalidade mais descontraída, falou ao colega deputado: "Me dá a MP", pegando das mãos do deputado o celular, e devolvendo,  brincando.
Superada a votação das MPs, um acordo entre os dois retirou da gaveta uma proposta de emenda à Constituição de 2011, de autoria do ex-senador José Sarney, com a intenção de solucionar uma reclamação recorrente dos senadores. Devido a atrasos em diversas instâncias da tramitação das medidas provisórias, os senadores ficam sem tempo para analisar os textos e, na maior parte das vezes, impossibilitados de fazer alterações, já que isso implica no retorno das propostas para a Câmara.
A PEC 70/11 foi aprovada nessa quarta-feira (5) em primeiro e segundo turnos, em menos de uma hora, pelos deputados. A proposta estabelece prazos rígidos para a tramitação das MPs e proíbe os chamados "jabutis". Parte dela, que foi avalizada igualmente pelas duas Casas, segue para promulgação. Um trecho alterado pelos deputados volta para o Senado em separado, num outro texto. Mais uma combinação entre os presidentes.
Tudo tem sido discutido pelos dois. Dos prazos de discussão da reforma da Previdência até as impressões sobre o encontro promovido pelo presidente Jair Bolsonaro para selar um pacto pelas reformas. Das articulações a serem levadas a aliados - ou formuladas em conjunto com pessoas próximas a ambos -, ao posicionamentos que o Congresso adotará em relação a temas polêmicos, como a intenção do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar a descriminalização do uso de drogas.
A porta no muro fica sempre aberta. E o carro oficial de qualquer um dos dois, pronto a dar carona ao outro. Os comboios da segurança, em momentos como esses, juntam-se em um só também.
 Maia e Alcolumbre são vizinhos na Península dos Ministros, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília [fotografo]reprodução/Google Street View[/fotografo][/caption]É a primeira vez, nos últimos anos, que os presidentes da Câmara e do Senado têm uma relação de amizade. Apenas para citar alguns casos mais recentes: Maia não se dava com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) viviam trocando acusações. O ex-senador José Sarney (MDB-AP) e o ex-deputado Marco Maia (PT-RS) se relacionavam apenas institucionalmente quando presidiam suas respectivas casas legislativas.
A proximidade entre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre ultrapassa os muros das casas. "Volta e meia eles são vistos chegando juntos ao Congresso", relataram policiais legislativos ouvidos pelo Congresso em Foco. "Praticam a carona solidária", brincou outro congressista.
Em mais uma demonstração dessa aproximação, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre também têm combinado agendas fora de Brasília. Em 6 de maio, estiveram no Piauí para participar do evento Congresso das Cidades.
Naquele fim de semana, viajaram para Nova York ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Maia e Alcolumbre participaram de evento no Bank of America, da 9ª edição do evento Brazil and the World Economy, no Harvard Club, e do Lide Brazilian Investment Forum, no Metropolitan Club.
A total consonância entre os chefes do Legislativo ficou escancarada nas duas últimas semanas. As polêmicas que envolveram as votações das medidas provisórias enviadas por Jair Bolsonaro que corriam o risco de perder o prazo deixaram ambos em saia justa. De um lado, nenhum queria ficar com o ônus de deixar propostas importantes perder a validade. Do outro, parlamentares os pressionavam, especialmente Davi, por causa dos prazos de tramitação. As MPs chegaram ao Senado no limite, com pouco tempo para análise dos senadores.
>> No limite do prazo, Senado aprova MP 871, que coíbe fraudes no INSS
No meio dessa sinuca, eles fizeram uma negociação em torno da MP 870, da reforma administrativa. Uma emenda acatada pelo relator do texto, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), desmembrava o Ministério do Desenvolvimento Regional em dois: Integração e Cidades. A ideia dos dois era distribuir cargos a aliados, o que contou com o aval do governo. Isso, porém, foi derrubado no plenário.
No auge da crise, enquanto a Câmara não votava as MPs para enviá-las ao Senado, houve mais um momento que sugere a amizade entre os dois. Já na chapelaria, quando Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia deixavam o Congresso, o senador, de personalidade mais descontraída, falou ao colega deputado: "Me dá a MP", pegando das mãos do deputado o celular, e devolvendo,  brincando.
Superada a votação das MPs, um acordo entre os dois retirou da gaveta uma proposta de emenda à Constituição de 2011, de autoria do ex-senador José Sarney, com a intenção de solucionar uma reclamação recorrente dos senadores. Devido a atrasos em diversas instâncias da tramitação das medidas provisórias, os senadores ficam sem tempo para analisar os textos e, na maior parte das vezes, impossibilitados de fazer alterações, já que isso implica no retorno das propostas para a Câmara.
A PEC 70/11 foi aprovada nessa quarta-feira (5) em primeiro e segundo turnos, em menos de uma hora, pelos deputados. A proposta estabelece prazos rígidos para a tramitação das MPs e proíbe os chamados "jabutis". Parte dela, que foi avalizada igualmente pelas duas Casas, segue para promulgação. Um trecho alterado pelos deputados volta para o Senado em separado, num outro texto. Mais uma combinação entre os presidentes.
Tudo tem sido discutido pelos dois. Dos prazos de discussão da reforma da Previdência até as impressões sobre o encontro promovido pelo presidente Jair Bolsonaro para selar um pacto pelas reformas. Das articulações a serem levadas a aliados - ou formuladas em conjunto com pessoas próximas a ambos -, ao posicionamentos que o Congresso adotará em relação a temas polêmicos, como a intenção do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar a descriminalização do uso de drogas.
A porta no muro fica sempre aberta. E o carro oficial de qualquer um dos dois, pronto a dar carona ao outro. Os comboios da segurança, em momentos como esses, juntam-se em um só também.
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