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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Jean Paul Prates
10/7/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:03
Um estudo realizado pelo Laboratório Forense Digital do Atlantic Council, em parceria com o Facebook, constatou a participação de um assessor especial do presidente da república, Tércio Arnaud Tomaz, na operação de 73 contas falsas deletadas por aquela rede social.
Os perfis serviam para ataques a adversários políticos do bolsonarismo. Mas, ainda mais grave, eram ferramenta de divulgação de desinformação a respeito da pandemia que já matou mais de 68 mil brasileiros-um número maior do que o de vítimas imediatas da bomba atômica em Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial.
Trata-se de assessor direto do presidente da República - com salário pago pelos cofres públicos e usando recursos do erário - que tem entre suas funções espalhar mentiras que ameaçam a saúde da população.
Isso ajuda a explicar a ofensiva feroz dos setores bolsonaristas contra o PL 2330/2020 - a lei para coibir as fake news aprovada no Senado.
Citada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a pesquisadora Luiza Bandeira, do Digital Forensic Research Lab do Atlantic Council, é taxativa: "os dados mostram uma rede conectada a Bolsonaro e aliados dele, usando funcionários do governo e de deputados, dedicada a manipular informação e criar narrativas, com ataques a opositores".
O uso da mentira como ferramenta política não é uma invenção de Bolsonaro e seus sequazes, mas é uma degeneração que vem sendo perversamente refinada por esse grupo político.
Suspirante de saudades da ditadura - um regime onde o povo não se manifesta, apenas obedece - essa gente encontrou no mundo digital a arma para suprimir o livre exercício da opinião e o direito de escolha que assistem aos cidadãos e cidadãs em uma democracia.
Já que não consegue proibir o voto, urde uma distorção da realidade onde a decisão popular não mais se basearia nos fatos, mas na fraude.
A Oposição no Congresso já requereu ao Supremo Tribunal Federal uma investigação sobre a participação de assessores de Bolsonaro e seus filhos na operação dos perfis falsos banidos pelo Facebook, mais uma linha de apuração que se soma ao inquérito sobre as fake news em curso naquela Corte.
Essa é uma frente de investigação importante e complementar ao trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a indústria das fake news para manipulação política. Como integrante dessa CPMI, tenho o compromisso de trabalhar dia e noite para que a apuração chegue aos responsáveis e possamos encerrar de vez esses tempos de embuste. Os brasileiros têm direito à verdade sobre o "Gabinete do Ódio" e suas vinculações com os interesses passados, presentes e futuros do presidente da república.
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