Brasil conclui proposta de mudanças climáticas este mês

Renata Camargo

O presidente Lula disse nesta segunda-feira (12) que a proposta brasileira para ser apresentada na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15) estará pronta ainda este mês. O plano, segundo Lula, prevê que o desmatamento seja reduzido em 80% até 2020. A meta permite que seja evitada a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).

A proposta brasileira será levada a uma reunião com os 192 países-membros da Convenção, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca). No encontro, considerado o maior da história recente, serão debatidas as medidas necessárias para reverter a tendência de aquecimento global. Cada país deve apresentar sua proposta para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Em seu programa Café com o Presidente, Lula explicou ainda que a ideia é fazer com que os outros países também participem da construção de uma proposta global de redução. Lula avalia que os países ricos, principais emissores de gases do efeito estufa por muitos anos, devem arcar com compromissos de redução e com custos dessa diminuição de gases.

"Queremos construí-la junto com outros países. Nós queremos ver o que que é possível tirar em Copenhague, como proposta, sobretudo do mundo desenvolvido, para que eles assumam compromissos, não apenas para diminuir as emissões, mas para que possam pagar pelo estrago que já fizeram ao planeta", disse Lula.

O presidente afirma que a proposta a ser construída deverá medir o quanto cada país emite de gás, o quanto emitiu ao longo de sua história, e o quanto está contribuindo para reduzir as emissões. Lula explica que a intenção é "responsabilizar cada país pelo estrago que ele fez e acabar com essa discussão genérica, em que todo mundo quer ser tratado em igualdade de condições".

"Nós queremos que os outros países assumam a responsabilidade. Se eles estão emitindo muito gás de efeito estufa, terão de diminuir. Significa diminuir o padrão de consumo ou mexer em alguma coisa da produção. Se eles não quiserem fazer isso, vão ter que reflorestar o seu país. Se eles não quiserem fazer isso, vão ter que pagar para os países que têm matas, que têm florestas ainda, preservar e ter uma compensação financeira por isso", completou.

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Com informações da Agência do Brasil