O presidente Lula disse hoje (5) pela manhã que, com a vitória do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, o mundo democrático também vence. Ele procurou não avaliar, por enquanto, qual o impacto para o Brasil do resultado das eleições americanas. “Eu vou falar com a imprensa depois. Eu acho que é uma vitória da democracia no mundo”, afirmou Lula ao Congresso em Foco, logo que entrou no plenário da Câmara, para a cerimônia dos 20 anos da Constituição.
Uma hora antes, em solenidade de revitalização do bosque dos Constituintes, em Brasília, o presidente disse esperar que Obama acabe com o embargo econômico dos Estados Unidos para Cuba.
“Não há nenhuma explicação para isso”, afirmou Lula mais tarde, já em seu discurso para o plenário da Câmara.
Naquele momento, o presidente disse esperar o aperfeiçoamento das relações do EUA com o Brasil, com o desenvolvimento da América Latina e com uma política de paz para o Oriente Médio.
Desafio
O presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que vitória do candidato democrata significa muito para a luta pelos direitos civis pelo fato de ele ser negro num país em que isso era impensável anos atrás. Mas ele destacou que o desafio será aumentar a segurança do sistema financeiro e mudar as relações dos EUA com a América Latina.
Chinaglia avaliou que, 20 anos depois da nova Constituição, o PT teria um novo modo de ver a Carta Magna. Em 1988, o partido votou contra o texto. “O PT light de hoje seguramente votaria [a favor da Constituição]”, disse o deputado.
Segundo ele, à época, o partido queria ampliar os direitos sociais, mas não conseguiu isso em alguns setores. Além disso, o contexto histórico era outro. “E, para marcar posição, votou contra. O PT tinha oito anos e marcava posição. Anos antes, o Congresso Nacional havia rejeitado as eleições diretas”, comentou Chinaglia. (Eduardo Militão)
Atualizada às 12h56