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SEGURANÇA PÚBLICA
Congresso em Foco
3/11/2025 9:41
O Projeto de Lei Antifacção, enviado ao Congresso Nacional pelo presidente Lula, representa, segundo o governo, a mais ampla reformulação da política criminal brasileira desde a Lei de Organizações Criminosas (2013). O texto, elaborado pelo Ministério da Justiça, endurece penas, cria novos tipos penais, amplia poderes de investigação e introduz mecanismos inéditos para asfixiar financeiramente facções criminosas como o PCC, o Comando Vermelho e milícias armadas.
O governo apresentou a proposta em regime de urgência, o que obriga sua apreciação em até 45 dias pela Câmara e pelo Senado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já se comprometeu a dar prioridade à tramitação.
Criação do crime de "facção criminosa"
O principal avanço do projeto é a introdução, no Código Penal, do novo tipo penal de "facção criminosa", inexistente na legislação atual. A figura busca diferenciar grupos estruturados, com hierarquia, controle territorial e domínio econômico, das organizações criminosas genéricas previstas na lei de 2013.
O objetivo é enquadrar juridicamente o crime organizado que se comporta como um poder paralelo, dominando territórios, impondo "leis próprias" e explorando atividades como o tráfico, a grilagem e o garimpo ilegal.
Estrangulamento financeiro e apreensão de bens
O segundo eixo do PL é econômico: sufocar as fontes de financiamento das facções. Para isso, o texto facilita o confisco e o bloqueio de recursos, ampliando o poder da Justiça e da Polícia Federal sobre bens e empresas ligados a criminosos.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, essa frente é estratégica: "A descapitalização é a maneira mais eficaz de desmontar o crime organizado, porque atinge o coração do seu poder - o dinheiro."
Fortalecimento das investigações e uso de tecnologia
O projeto amplia o arsenal investigativo das polícias, abrindo espaço para novas técnicas e uso de tecnologia.
Essas medidas visam agilizar investigações e tornar rastreáveis as redes logísticas e financeiras das facções, que muitas vezes operam como conglomerados empresariais.
Combate à infiltração no poder público
O projeto também mira o infiltramento do crime no Estado, prevendo punições severas a agentes públicos que mantenham relações com facções.
Segundo o texto, o objetivo é romper o elo entre o crime organizado e agentes estatais, frequentemente responsáveis por facilitar o tráfico de armas, a corrupção de licitações e o fluxo de informações privilegiadas.
Controle e comunicação dentro dos presídios
Ciente de que muitos comandos criminosos operam de dentro das prisões, o PL propõe medidas duras para enfraquecer o controle das facções sobre o sistema carcerário.
Essas ações miram quebrar a comunicação entre líderes encarcerados e faccionados em liberdade, um dos principais mecanismos de coordenação das quadrilhas.
Integração entre segurança, Justiça e tecnologia
O projeto também prevê uma cooperação mais estreita entre União, estados e municípios, além da inclusão do setor privado, especialmente bancos, fintechs e operadoras de internet, na coleta de informações de interesse das investigações.
Essa integração, segundo o Ministério da Justiça, é essencial para responder à estrutura empresarial e transnacional das facções brasileiras, que movimentam bilhões de reais por meio de empresas de fachada e criptomoedas.
Impacto e contexto político
O envio do PL Antifacção coincide com um momento de forte cobrança por resultados na segurança pública e ocorre em meio a um debate nacional sobre letalidade policial e controle do crime organizado, reforçado pela Operação Contenção, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de mais de 100 pessoas. Entre elas, quatro policiais.
Ao mesmo tempo em que endurece o combate às facções, o governo tenta reafirmar a autoridade do Estado sobre territórios dominados por grupos armados, sem adotar a narrativa de "guerra" defendida por setores da oposição, que pedem enquadramento das facções como organizações terroristas.
"Diferenças políticas não podem ser pretexto para que deixemos de avançar no combate às facções criminosas", afirmou Lula, ao anunciar o envio do texto ao Congresso.
Com a urgência constitucional, a Câmara deve analisar o projeto até dezembro. Em seguida o texto será encaminhado ao Senado. Só após passar pelas duas Casas, o texto será enviado à sanção presidencial.
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