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Congresso em Foco
1/2/2007 | Atualizado 7/2/2007 às 10:57
Renaro Cardozo
Confirmando o favoritismo antecipado por este site, o deputado petista Arlindo Chinaglia (SP) venceu a disputa e agora ocupa a presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, o parlamentar não assume o posto em um cenário favorável. Sua primeira missão à frente da Casa será costurar as cicatrizes provocadas na base aliada, que ficou dividida entre ele e o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP) durante o processo eleitoral.
Não se sabe se a formação profissional de Chinaglia, que é médico, ajudará. Mas, de acordo com analistas consultados pelo Congresso em Foco, a tarefa não será fácil. Possivelmente, segundo a cientista política Helcimara Telles, haverá uma disputa de poder entre o PT nordestino, mais próximo de Aldo, e a banda paulista da legenda.
Lula refém do PT
Já o sociólogo Antônio Flávio Testa observa um quadro mais grave. Para ele, como o bloco formado para eleger o petista tem por base uma negociação em cima de promessas, deverá ser diluído com o tempo. Além disso, acrescenta, a vitória de Chinaglia representa a recuperação de espaço do grupo paulista do ex-ministro José Dirceu. “É um cara escolhido pelo PT para conseguir mais poder para o partido e começar a abrir caminho para disputa presidencial de 2010. Interesse especial do grupo paulista”, resumiu Testa, que é professor da Universidade de Brasília.
Ao que tudo indica, a chegada de Chinaglia ao poder significará um aumento da influência petista dentro do governo, já que o presidente da Câmara deverá pleitear mais cargos no Poder Executivo junto ao presidente Lula. “Lula será mais refém do partido”, prevê Testa.
“O PT ficará de salto alto”, vai além o cientista político David Fleischer. Para ele, a legenda aproveitará a posição estratégica de Chinaglia na Casa para aumentar a participação do partido à frente dos ministérios, além de assumir a presidência e as vice-presidências na maioria das CPIs instituídas.
Fissuras do outro lado
A eleição dos presidentes da Câmara e do Senado também deixa fissuras do lado da oposição. Os dois principais partidos oposicionistas, aliás, protagonizaram um samba-do-crioulo-doido. Apoiado pelo PSDB na disputa no Senado, onde o candidato foi o senador José Agripino (PFL-RN), líder da sua bancada, o Partido da Frente Liberal não ofereceu reciprocidade.
Na eleição na Câmara, preteriu o candidato tucano Gustavo Fruet (PR) em favor de Aldo Rebelo (PCdoB). Agripino, por outro lado, teve 28 votos, dois a menos que o total de senadores do PFL e do PSDB (leia mais). Como ele recebeu votos de dissidentes do PMDB e talvez de outros partidos, o fato aponta desunião nas hostes oposicionistas.
Para completar, o PSDB se dividiu na votação de segundo turno na Câmara. O ex-presidente Fernando Henrique e a Executiva Nacional defenderam o apoio a Aldo. Os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), ambos tidos como pré-candidatos à sucessão presidencial de 2010, optaram por Chinaglia, tendo um papel decisivo na vitória do petista.
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