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Congresso em Foco
10/12/2006 | Atualizado às 6:51
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), inicia sua campanha para presidente da Casa com foco no grupo de 300 a 500 deputados do chamado "baixo clero". Em entrevista para a Folha de São Paulo, o petista defende o aumento do salário dos parlamentares para R$ 24,5 mil, equiparando à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Com o aumento, a Câmara teria uma despesa anual extra de pelo menos R$ 89,6 milhões. "Sou favorável ao aumento. E se o caminho for a equiparação, sou favorável", disse o deputado ao repórter Fábio Zanini.
Chinaglia foi lançado pelo PT à presidência na última terça feira e negou estar dividindo a base do governo, como aconteceu na eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), em 2005. Agora, o partido segue para a escolha do novo presidente após dois reverses sofridos na última semana: a perda da indicação para o Tribunal de Contas da União e a queda da cláusula de barreira que possibilita a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
"Esse é o padrão anti-PT de análise. Parte do pressuposto de que o PT foi o responsável. Quem votou no Severino foi a oposição. Naquele momento, houve uma candidatura [Virgilio Guimarães] que levou muita gente a dizer que o PT estava dividido. Não estava. O PT votou em peso no Luiz Eduardo [Greenhalgh]. Os que dizem que o PT não aprendeu nada têm uma grande má-fé, porque só analisam o PT, não as demais bancadas."
O deputado também assumiu a possibilidade de composição com outros partidos como o PCdoB do atual presidente, Aldo Rebelo. "Amanhã pode haver uma composição? Pode. Mas evidentemente estamos trabalhando para ganhar."
Para tornar-se consenso na base aliada, Chinaglia precisa, primeiramente, ganhar a simpatia do Palácio do Planalto que considerou a candidatura legítima, mas ainda não deu sua posição final. Ainda assim, ele afirma que a candidatura não é apenas "para apresentar para a platéia".
"Pelo jeito estou apanhando por ter cão e por não ter cão. Porque algumas perguntas vão no sentido de que eu estou confrontando o presidente da República. Noticiam apenas parte daquilo que o presidente teria comentado. Ele se reúne com a bancada do PL e diz que o meu nome é um bom nome e isso não é divulgado. Mas essa pecha de chapa-branca não me cabe. Vou ter uma atitude constitucional."
Decisão do STF dificulta aprovação de reforma política
O fim da cláusula de barreira, decretado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dificultará a aprovação de uma reforma política. Segundo os líderes dos partidos na Câmara, entrevistados pela Folha de São Paulo, a existência das siglas de aluguel impede o consenso sobre pontos importantes como a fidelidade partidária.
Para os líderes, a decisão do STF complicará o entendimento entre os partidos para um consenso sobre a reforma e a discussão sobre temas complexos como o financiamento público de campanha e a eleição com lista fechada de candidatos. "Vai dificultar bastante porque quanto maior o número de partidos, mais difícil o diálogo", afirmou o líder do PFL na Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (RJ).
Apesar de afirmar ser favorável à decisão do STF, o líder petista, deputado Henrique Fontana (RS), também acredita que será difícil chegar ao entendimento na Casa. "Foi uma decisão positiva e correta. A reforma política tem a ver com coisas mais, mas concordo que dificulta uma reunião de líderes, por exemplo."
Outros líderes partidários seguem o mesmo raciocínio. Para Mário Negromonte, líder do PP na Casa, a reforma, que deveria começar em março do próximo ano, deve ser adiada. "Não vamos ter o mesmo ânimo para discutir diante dessa decisão que cheira a mofo. Não dá mais para discutir fidelidade partidária", disse.
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