Mesmo diante de protestos de estudantes, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitou a inauguração de obras na Universidade de São Paulo (USP) para cobrar do governo Lula as promessas de investimentos em educação no estado. Na região Leste da capital, Alckmin jogou para o governo federal a responsabilidade pelo fato de a construção de uma universidade na região não ter sido atendida até o momento.
"A luta inicial era por uma universidade federal, mas o governo não cumpriu. Nós cumprimos e aí está a universidade estadual", disse Alckmin, diante de faixas de protesto contra o fato de o governador ter vetado projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa do estado, aumentando de 9,57% para 10% o repasse do ICMS para as universidades estaduais.
Os manifestantes gritavam frases como "Fala do veto" e "Geraldo Ladrão, destrói a educação".
Ao explicar os motivos do veto à elevação dos repasses à educação, Alckmin se defendeu dizendo que esta seria uma medida prejudicial ao estado. Segundo ele, as duas únicas formas de realizar o aumento seriam por meio da elevação da carga tributária ou do uso de parte dos recursos hoje alocados nos ensinos médio e fundamental. "Vetei porque é contra o interesse do Estado. É contra o povo", disse o governador.
Ele esclareceu que o estado já destina 30% do orçamento à área de educação, acima dos 25% exigidos pela Constituição. Um terço desse montante, segundo ele, é destinado ao ensino universitário, que reúne 120 mil alunos, enquanto o restante vai para os ensinos médio e fundamental, que englobam cerca de 6 milhões de estudantes.
"Seria tirar dinheiro de 6 milhões de alunos para dar a 120 mil. E o valor para as universidades já é ótimo. Tanto é que elas estão se expandindo, estão crescendo e são as melhores universidades do País", disse Alckmin à Agência Estado.