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Congresso em Foco
7/11/2006 | Atualizado às 6:20
Em reunião com auxiliares para traçar contornos do novo mandato, o presidente Lula disse ontem que não pretende repetir os "erros de 2002" e que deve reduzir o espaço do PT dentro do segundo governo, aumentando o do PMDB. Ao assumir o Palácio do Planalto, Lula empossou 33 ministros, dos quais, 19 eram filiados ao PT.
Lula exigiu metas de crescimento de cada ministério e deixou claro que a coordenação política agora está em suas mãos. O encontro contou com a presença dos ministros Luis Dulci, secretário-geral da Presidência, Guido Mantega, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, além do vice-presidente, José Alencar.
De acordo com uma fonte, o presidente não quer repetir o "erro de método" que julga ter cometido ao assumir em 2003, quando os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) atuaram com autonomia na política e na economia.
Segundo a fonte, Lula pretende manter basicamente a mesma equipe, mas quer trazer "gente nova, com experiência política e administrativa" para o governo. O presidente pretende ampliar a participação do PMDB, que hoje ocupa três pastas, no próximo mandato. Para isso, no entanto, cobra apoio integral do partido, que se divide entre oposicionista e governista há duas décadas.
O presidente também anunciou que fará, a partir de hoje (7), reuniões sobre projetos de infra-estrutura. A intenção de Lula é a de se inteirar do andamento de obras. O primeiro encontro será com os ministros dos transportes, Paulo Sérgio Passos, e com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau Cavalcante Silva.
A prioridade de Lula para o ano que vem é negociar com o Congresso Nacional a votação da reforma política. O governo pretende discutir o formato de votação da reforma com o Congresso e, para evitar desgastes com a oposição, não descarta votar as mudanças por meio da convocação de Assembléia Constituinte.
Temer: "PMDB deve apoiar segundo governo de Lula"
O presidente nacional do PMDB, o deputado Michel Temer (SP), disse que está consultando governadores e parlamentares para definir a posição da legenda no segundo mandato do presidente Lula.
"Eu estou indo à Brasília hoje (6) e lá vou continuar consultando os companheiros do PMDB, para verificar qual é a inclinação prevalecente no partido, mas evidentemente, isso depende mais do governo do que do PMDB", disse.
De acordo com Temer, a maioria dos seis governadores eleitos pelo partido defende o apoio ao governo. "Realmente, em função dos governadores, eu quero dizer que sim. Os governadores, eu já os consultei, e a maioria acha que se deve ir para a governabilidade. Agora, se essa governabilidade acontecerá mediante a ocupação de cargos ou não, é outro problema. O que todos me dizem, e eu reitero, é que o partido deve participar das chamadas políticas públicas", afirmou.
Waldir Pires relata caos aéreo a Lula
O presidente Lula reuniu-se com o ministro da Defesa, Waldir Pires, na tarde de ontem (6) e recebeu um relato sobre os desdobramentos da "greve branca" dos controladores de vôo. Lula teria demonstrado que não tem interesse em realizar alterações nos comandos do Ministério da Defesa e da Aeronáutica.
De acordo com a Infraero, o movimento dos controladores de vôo gerou mais de cinco mil atrasos entre quarta-feira da semana passada e sábado, de um total de 14.700 vôos.
Uma reunião entre os controladores de tráfego aéreo e representantes do governo e da Aeronáutica está prevista para a próxima quarta-feira (8). Os militares controladores reivindicam a contratação de mais trabalhadores, o pagamento de uma gratificação e a desmilitarização do setor.
"Lula derrubou o velho coronelismo", diz sociólogo
As derrotas do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), na Bahia, e do ex-presidente José Sarney, no Maranhão, refletem o choque entre o velho coronelismo e o fenômeno eleitoral chamado Lula. "Bolsões de coronelismo continuam, em níveis locais. E projetos como o Bolsa Família estão apenas trocando alguns desses chefões por um grande pai dos pobres", ressaltou o sociólogo José Arlindo Soares, professor de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba, em entrevista concedida ontem (6) ao jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com ele, "a sociedade se urbaniza". "E há um peso maior desse eleitorado, que quebra as políticas tradicionais de clientela. Isso ocorre no Brasil, como um todo, mas em especial no Nordeste. Mas não é um fenômeno simples", disse.
E justamente por causa dessa urbanização a família Sarney foi derrotada no Maranhão. "Esse é um exemplo do coronelismo em seu sentido mais atrasado. Sarney não modernizou o estado, cujos indicadores sociais são os mais degradantes do Brasil. Sua liderança vai perdendo raízes", afirmou.
Sobre o Bolsa Família dentro desse novo contexto, o sociólogo ressaltou que o programa deu "mais autonomia ao eleitor em relação ao chefete local". "O cartão, que é sua fonte de sustento, vem de uma relação com um banco. Mas o cadastramento é feito pelos prefeitos e o governo Luiz Inácio Lula da Silva fez ponte direta com eles. (...) Um prefeito, sozinho, pode muito pouco, fica mais fácil de dominar. Aí o Lula é o beneficiário, aparece como o novo pai dos pobres", declarou.
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