Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Rudolfo Lago
Rudolfo Lago
Rudolfo Lago
Rudolfo Lago
Rudolfo Lago
Relatório da transição
30/12/2022 | Atualizado às 7:33
Oito decretos relacionados a armas. Uma série de atos vinculados a meio ambiente e desmatamento. Fim dos sigilos de cem anos que foram decretados pelo presidente Jair Bolsonaro. Revisão de processos de desestatização. Recuperação de situações que colocam em risco conquistas sociais. Revogação de atos que prejudicam direitos das crianças, adolescentes e da juventude. Também de atos nas áreas de cultura, igualdade racial, participação social e reforma agrária.
O relatório da transição que foi divulgado pelo futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva traz um alentado capítulo que detalha o que será objeto do revogaço da administração que toma posse no próximo domingo, 1º de janeiro. Diversos atos determinados pelo presidente Jair Bolsonaro perderão, segundo o relatório, a sua eficácia com a utilização de diversos instrumentos.
Armas encontradas com o terrorista que tentou explodir uma bomba próxima ao Aeroporto de Brasília na véspera do Natal. Foto: PCDF/Divulgação[/caption]
O relatório sugere "uma revisão rigorosa do conjunto de atos normativos que desmontou a política pública de controle das armas no país", e a substituição por uma nova regulamentação para o Estatuto do Desarmamento (Lei 10826/2003)
Dessa forma, propõe a revogação do Decreto nº 9845/2019, do Decreto nº 9846/2019, do Decreto nº 9847/2019, do Decreto nº 10030/2019, do Decreto nº 10627/2021, do Decreto nº 10628/2021, do Decreto nº 10629/2021, do Decreto nº 10630/2021. Além disso, sugere-se que o presidente determine a revisão, pelos ministérios responsáveis, do teor da Portaria Interministerial MJ/MD 1634/2020.
Diversos atos do governo Bolsonaro incentivaram o desmatamento ilegal. Foto: Reprodução[/caption]
O texto propõe, então, uma série de revogações, divididas em várias áreas. Para "acabar com o desmatamento", propõe revogar atos que "desmancharam" o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). Cita, então, o Decreto nº 10.142/2019, o Decreto nº 10.239/2019 e o Decreto nº 10.845/2021.
Para "acabar com a impunidade quanto a multas ambientais", o relatório da transição propõe revogar decretos "que anularam multas ambientais, paralisaram o sistema de fiscalização ambiental e criaram um ambiente de perseguição aos fiscais". O texto estima que mais de R$ 18 bilhões de eventuais multas teriam se perdido os atos. A transição propõe a revogação integral do Decreto nº 9.760/2019 e de parte do Decreto nº 10.086/2022.
O Decreto nº 10.966/2022 liberou o garimpo ilegal na Amazônia a partir de uma regulamentação indevida do que foi chamado de "garimpo artesanal". A proposta da transição é a revogação integral do decreto.
O governo Bolsonaro comprometeu o Fundo Amazônia, que capta recursos para o meio ambiente. A transição propõe a revogação parcial dos Decretos nº 10.223/2020 e nº 10.144/2019, nos pontos em que inviabilizaram a governança do fundo. A estimativa é que há R$ 3 bilhões em recursos que poderão agora ser utilizados.
Gilberto Gil foi um dos nomes retirados do rol de personalidades negras por Sergio Camargo na Fundação Palmares. Foto: Instagram[/caption]
O texto sugere que o presidente oriente o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Palmares a revisarem atos normativos que paralisaram e dificultaram os processos de reconhecimento de comunidades quilombolas os seguintes atos normativos: | Resolução INCRA nº 29/2020, que paralisou a política pública de demarcação de territórios quilombolas e a portaria n. 189/2020, editada pelo então presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, que excluiu do rol de personalidades negras nomes como o compositor Gilberto Gil, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a deputada eleita e futura ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede-SP), a cantora Elza Soares e a escritora Conceição Evaristo, entre outras.
Há ainda a previsão de revogação de atos que reduziram a participação social no governo e o acesso das pessoas aos programas de regularização fundiária.
Leia também:
Retrato do desmonte: veja a íntegra do relatório da transição
Volta da fome é o principal indicador do desmonte das políticas públicas
Educação foi negligenciada e virou instrumento de guerra cultural
700 mil mortos pela covid são o saldo de "grave crise sanitária"
Meio ambiente: o que Bolsonaro fez para "passar a boiada"
Governo Bolsonaro foi a era do "PIBinho"
Relações Exteriores: roteiro de Bolsonaro para tornar o país "pária" no mundo
Marielle, Bruno, Dom: vítimas de um tempo em que direitos humanos foram desprezados
A "Malhação" que destruiu a política cultural brasileira
Os prejuízos para um país que por quatro anos negou a ciênciaTags
Segurança pública
Política e diplomacia
Energia elétrica