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Em meio a líderes autoritários e alianças contraditórias, o Brasil se arrisca entre símbolos e pragmatismos geopolíticos.

Marcus Pestana

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10/5/2025 9:00

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O mundo anda de cabeça para baixo. Figuras deletérias, exóticas, autoritárias e disruptivas como Trump e Putin ajudam a embaralhar ainda mais as cartas e tornar o futuro nebuloso. Putin, um líder de direita, que tem entre os principais aliados governos de "esquerda". Trump que tenta impor uma confusa liderança sobre o mundo ocidental. Enquanto isso, nos escombros do socialismo real e longe das pedras do Muro de Berlim, a China, de camarote, munida de paciência estoica e sabedoria confucionista, preparou silenciosamente o salto de qualidade de seu "socialismo de mercado" ou "capitalismo de Estado", como se queira.

Entre Trump, Putin e a China confucionista, o mundo gira em redemoinho - e o Brasil precisa de cautela e coerência

Entre Trump, Putin e a China confucionista, o mundo gira em redemoinho - e o Brasil precisa de cautela e coerênciaFlickr/The White House

A extrema direita cresce na Europa e nos EUA. Parte da esquerda se perdeu na agenda identitária, distanciou-se do povo e colheu derrotas. A socialdemocracia sobrevive no governo trabalhista inglês de Keir Starmer e do socialista espanhol Pedro Sanchez. O tsunami provocado pela onda Trump, transformou-o em excelente cabo eleitoral, para os adversários. No Canadá e na Austrália, a socialdemocracia reverteu derrotas certas graças, em grande parte, ao fantasma Trump.

Ontem, sexta-feira, cerca de trinta chefes de Estado celebraram a vitória da União Soviética sobre o nazifascismo. Cerca de 20 milhões de russos morreram. A resistência heroica do povo russo em Moscou e Stalingrado é reconhecida por todos. Mas as comemorações do 9 de maio pelos russos, dentro do contexto da guerra fria, é uma evidente confrontação estabelecida por Stalin com as festas que revivem o Dia D e a vitória ocidental sobre Hitler.

Mas nem tudo é tão claro no confuso mundo contemporâneo. Putin é tido por parte da bolha da extrema-direita como parte integrante do movimento comunista internacional, como se fosse um sucedâneo da antiga URSS. Putin é um verdadeiro "artista" treinado em seus anos de KGB. Está há 25 anos no poder, ligado a Igreja Cristã Ortodoxa Russa, consegue a façanha de ser amigo e aliado simultaneamente de Donald Trump e Nicolas Maduro. Controla a imprensa, persegue a comunidade LGBT, combate os direitos humanos, é acusado de envolvimento no assassinato dos principais adversários e retomou o expansionismo territorial russo e o sonho da velha "Mãe Rússia", com uma ousada e unilateral invasão da Ucrânia, que o coloca em radical confrontação com a União Europeia.

Lula, ao aceitar o convite de Putin, fez um movimento extremamente arriscado do ponto de vista geopolítico, diplomático e simbólico. Dentro da balbúrdia desencadeada por Trump, abrem-se oportunidades e ameaças diante do Brasil. China e Rússia são integrantes dos BRICS e economias importantes, portadoras de muitas oportunidades para o Brasil, numa perspectiva pragmática. Se o gesto de Lula busca estimular esta aposta, coloca-nos em frontal oposição à União Europeia, outro parceiro estratégico.

Do ponto de vista simbólico, num mundo turbulento onde o divisor de águas é a questão democrática, não é confortável dividir o palanque da cerimônia com ditadores como o próprio Putin, Xi Jinping, Nicolás Maduro ou Miguel Diaz-Canel de Cuba.

Tanto no confronto Ocidente-Oriente, quanto na contraposição democracia x autoritarismo, o Brasil não fica bem na foto. O fim da História não chegou. E diante de mar revolto, paciência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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