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Lydia Medeiros
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Eleições 2026
3/10/2025 11:00
O placar unânime da aprovação pela Câmara do projeto que amplia a isenção de Imposto de Renda para ganhos até R$ 5 mil mensais (493 votos) parecia impensável há alguns meses, quando o governo travava uma batalha com o Congresso e teve anulado o decreto que aumentou alíquotas do IOF. Lula lançou uma campanha no estilo "nós contra eles" e conseguiu melhorar seus índices de aprovação com esse discurso. O projeto do IR, no entanto, é muito popular, e os congressistas também vão disputar eleições. No Congresso, todo mundo sabe: o mais bobo ficou para suplente.
Essa parceria de conveniência entre governo e oposição, no entanto, marca uma distensão nas relações entre Executivo e Parlamento. O discurso conciliador de Hugo Motta não lembrava em nada seu comportamento nos dias em que a Câmara aprovou a PEC da Blindagem e a urgência para um - desconhecido - projeto de anistia. Arthur Lira, o relator, é um dos principais líderes do PP, partido que prega oposição e defende a entrega de alguns cargos federais que ocupa - os de Lira, por exemplo, não entram nessa conta partidária. Ele fez exatamente o que queria o governo, barrando mudanças que pudessem distorcer o projeto. A trégua deve ter curta duração: sábado começa o ano eleitoral, e os partidos do Centrão, ainda que meio sem rumo pela ausência de um candidato, devem voltar à artilharia.
O próximo embate deverá ser o da aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que está atrasada. A Comissão Mista de Orçamento aprovou um Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões, muito acima do R$ 1 bilhão proposto no original. Se o novo valor prevalecer e Lula decidir vetá-lo, o embate recomeça. Sem contar a disputa em torno do montante para as emendas parlamentares. Devem chegar a R$ 52,9 bilhões, deixando o governo com margem mínima para investimentos no ano que vem e garantindo vantagem na competição eleitoral aos parlamentares que já têm mandato.
Lula também navega em mares mais calmos nas relações com os EUA, depois dos segundos em que esteve com Donald Trump na ONU e rolou uma "química", nas palavras do americano. Ainda não há encontro marcado, mas portas foram abertas. A política tarifária de Trump baseada em motivações políticas, deu a Lula a bandeira do nacionalismo. Qualquer êxito numa negociação com a Casa Branca será novo trunfo de campanha.
Na prática, 2026 começou há tempos. Daqui em diante, no entanto, todo e qualquer ato do presidente, do governo e também da oposição terá foco exclusivo na eleição. Nada ainda indica que Lula não disputará um quarto mandato aos 80 anos de idade. Como ele costuma dizer, só questões de saúde o impediriam. Não à toa, no último domingo participou de uma corrida de rua em Brasília acompanhado por câmeras da equipe de marketing. A maratona eleitoral ainda vai durar um ano.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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