Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Lúcio Big
21/8/2016 | Atualizado 10/10/2021 às 16:20
 
[/caption]
Especialista sobre o uso das verbas indenizatórias na Câmara e Senado, a OPS atua diariamente na fiscalização de gastos realizados por parlamentares, trabalho que já resultou em R$ 5,5 milhões em economia do dinheiro público. Deputado Chapadinha
Há duas semanas, o "alvo" tem sido o deputado Francisco Chapadinha (PTN-PA). Um "e-mailzaço", coordenado pela OPS, solicita a devolução de R$ 37,8 mil aos cofres públicos. O deputado utilizou de sua verba indenizatória para alugar um imóvel em Santarém, seu reduto eleitoral, para montar um escritório de representação política. Entretanto, o valor da locação, conforme apurado pelo Congresso em Foco, era quase cinco vezes maior que o praticado no mercado local. Além disso, o imóvel é de propriedade do genro, fato que impede a transação imobiliária, conforme determinam regras internas da Câmara. Chapadinha disse que desconhecia a norma e que, se ficar confirmada a irregularidade, devolverá o dinheiro aos cofres públicos.
Centenas de mensagens foram enviadas à caixa de mensagem eletrônica do deputado, emitidas de várias regiões do país por colaboradores na OPS. Entretanto, até a publicação deste texto nenhuma manifestação do deputado foi recebida. Se o silêncio do deputado persistir, ele será denunciado pela OPS ao Ministério Público.
Verba Indenizatória
A Câmara dos Deputados e o Senado adotam a CEAP (CEAPS, no Senado), que significa Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar. Trata-se de recurso público destinado a financiar o trabalho parlamentar, como o custeio de locações de imóveis, automóveis, barcos e aeronaves; da divulgação do mandato em material gráfico, de áudio, vídeo e por meio de redes sociais e sites; de telefonias, alimentação, segurança pessoal e hospedagem, dentre outras despesas. Conhecida também como cotão ou verba indenizatória (na verdade, a verba indenizatória faz parte da CEAP), o custo anual é astronômico: apenas em 2015, por exemplo, foram gastos quase R$ 240 milhões em ambas as Casas legislativas.
A verba não é vista com bons olhos até mesmo por quem a utiliza. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz-se contrário à sua existência. Segundo ele, a verba é uma "distorção" e só foi criada porque os deputados tinham receio de aumentar os próprios salários.
Usar a verba indenizatória é tão simples quanto comprar um pãozinho na padaria da esquina. Não é exigido tomada de preços ou licitações, o que contraria a Lei 8.666/93. O acesso a esse recurso financeiro público se dá por meio da simples apresentação, à Câmara ou Senado, de notas fiscais ou recibos. Se o documento não possui rasuras, por exemplo, ou se a despesa descrita é coberta pelo cotão, o parlamentar recebe o valor correspondente ao documento em sua conta corrente. Simples assim.
No Senado são disponibilizados entre R$ 21 mil e R$ 42 mil por mês a cada um dos 81 senadores. Para os deputados, esse valor varia entre R$ 30,7 mil e R$ 45 mil.
Mais sobre uso do Cotão
Mais sobre gastos públicosTags
Política paulista
Energia
Economia e inovação