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Henrique Fróes

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25/12/2018 | Atualizado 10/10/2021 às 16:18

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"Entre as questões que mobilizam os platonistas atuais, encontra-se, por exemplo, a controvérsia sobre as chamadas doutrinas não-escritas", ensina Henrique Fróes[fotografo]Reprodução[/fotografo]
Qualquer aluno do ensino médio de hoje sabe quem foi Platão: o discípulo de Sócrates, o escritor de diálogos como A República, o filósofo idealista que acreditava num tal de mundo as ideias, o tímido solitário que não pegava ninguém e que, por isso, inventou o amor platônico (brincadeirinha). Mas, se você quer ir além desse conhecimento pra lá de introdutório, sugiro a leitura do recém-lançado Platão, o primeiro compêndio escrito originalmente em língua portuguesa dedicado à vida e à obra do fundador da Academia. Os organizadores do livro são dois professores do Programa de Pós-Graduação em Metafísica da Universidade de Brasília (UnB): meu antigo colega de coluna aqui no Congresso em Foco, Gabriele Cornelli, ex-presidente da International  Plato Society, e  Rodolfo Lopes, tradutor de dois diálogos platônicos - Timeu e Crítias. Para esse compêndio, eles contaram com a colaboração de alguns dos mais importantes estudiosos da obra platônica da atualidade, como o franco-canadense Luc Brisson, o inglês Tom Robinson e o italiano Mario Vegetti (recentemente falecido). Para Gabriele Cornelli, Platão ainda hoje nos serve como fonte de inspiração. Ele lembra que o filósofo grego foi alguém que se deixou questionar pela política e pela cultura do próprio tempo em um momento muito difícil de Atenas - marcado pela morte Sócrates, seu mestre, devido a perseguições políticas. Ao mesmo tempo, Platão procurava quebrar o véu da aparência imediata para compreender o mundo e as relações humanas da forma mais estável possível. "Sem se desvencilhar da realidade, ele buscava algum tipo de entendimento daquilo que acontece, mas que não é a solução imediata, a resposta pronta.", analisa Cornelli. Estado da arte O livro, que faz parte da coleção Coimbra Companions, se propõe a estabelecer um panorama do estado atual das pesquisas sobre Platão. Naturalmente, autores da Antiguidade nos colocam uma série de problemas de cunho factual e hermenêutico advindos da própria distância temporal, da disponibilidade e da confiabilidade de fontes de informação. No caso de Platão, a despeito de tudo isso, temos a sorte de ter recebido quase intactos os textos de 27 diálogos (e mais alguns que a tradição apontava como sendo de sua autoria, mas que hoje são considerados como suspeitos ou apócrifos).   [caption id="attachment_370143" align="alignnone" width="600"]Gabriele Cornelli e o livro-tema desta coluna Gabriele Cornelli e o livro-tema desta coluna - Foto: Rodrigo Gomes / UnBTV[/caption]   Entre as questões que mobilizam os platonistas atuais, encontra-se, por exemplo, a controvérsia sobre as chamadas doutrinas não-escritas: para alguns especialistas, parte importante do pensamento de Platão não seria expressa nos diálogos, mas apenas ensinada aos seus discípulos da Academia. Outro problema refere-se às diversas tentativas de se estabelecer uma ordem temporal da produção dos textos - da qual resulta a famosa classificação em três períodos: socrático ou de juventude, intermediário e de maturidade. Os defensores de ambas as posições são objeto de críticas contundentes no livro. Contexto filosófico A compreensão do pensamento platônico não pode prescindir do entendimento de sua relação com seus antecessores e contemporâneos. Desse ponto de vista, a teoria das ideias, por exemplo, surge como uma tentativa de superar tanto o imobilismo do ser de Parmênides quanto o "tudo flui" de Heráclito. Enquanto incorporava algumas das noções centrais das doutrinas pitagóricas - como a afirmação da imortalidade da alma - Platão rejeitava fortemente a prática dos sofistas e a sua relativização da verdade. Assim, três capítulos do compêndio são dedicados a esses temas. Sobre a filosofia platônica em si, o livro nos dá uma amostra da sua inigualável abrangência e fecundidade, ao qual a tirada de Alfred Whitehead faz jus: "a mais segura caracterização da tradição filosófica europeia é a de que essa consiste em uma série de notas de rodapé a Platão", escreveu certa vez o filósofo britânico. Basta uma olhada nos temas de alguns capítulos do livro para constatá-lo: linguagem, epistemologia, matemática, psicologia, ética e política, medicina, poética, dentre outros. O compêndio Platão é uma edição conjunta da Imprensa da Universidade de Coimbra (Portugal) e da Editora Paulus (Brasil). A versão física do livro está disponível nas livrarias, enquanto a versão digital pode ser acessada livremente neste link.  

Do mesmo autor:

> Dias de Proust no café da manhã

> Marco da filosofia brasileira completa 160 anos (e ninguém se importa)

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Grécia Sócrates Platão filosofia Grécia antiga henrique froes gabriele cornelli Parmênides Mario Vegetti Coimbra Companions lato Society Rodolfo Lopes Timeu e Crítias Universidade de Cpimbra Alfred Whitehead

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