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Antônio Augusto de Queiroz
Dilema na eleição de 2026: continuidade lulista ou renovação
Antônio Augusto de Queiroz
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Como as emendas impositivas podem interferir no sistema eleitoral
Antônio Augusto de Queiroz
Antônio Augusto de Queiroz
19/7/2017 13:17
| Ano da Eleição | Eixos de campanha |
| 1989 | Renovação ética (combate a corrupção) e inclusão social |
| 1994 | Estabilidade econômica - plano real |
| 1998 | Continuidade da estabilidade |
| 2002 | Inclusão social e renovação política |
| 2006 | Prosperidade econômica e ascensão social |
| 2010 | Consolidação das conquistas sociais |
| 2014 | Sustentabilidade econômica e social |
| 2018 | Renovação ética, estabilidade fiscal e inclusão social |
[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]
Em 1989, Collor se elegeu prometendo renovação ética e inclusão social mas não cumpriu o prometido e foi afastado, embora outras razões também possam ter motivado seu afastamento.
FHC foi eleito em 1994 com a promessa de consolidar o Plano Real e cumpriu o prometido. Foi reeleito em 1998 prometendo a continuidade da estabilidade, mas logo após reeleito desvalorizou o real e traiu a confiança do povo. Não teve seu mandato interrompido, mas não elegeu seu sucessor.
Lula foi eleito em 2002 e reeleito em 2006 e fez o seu sucessor exatamente porque prometeu e entregou o que prometera na campanha.
Dilma foi eleita em 2010 e, ainda que se valendo de política anticíclicas, cumpriu o prometido, e foi reeleita, mas no segundo mandato sinalizou o contrário do que havia prometido na campanha, inclusive nomeando uma equipe econômica próxima do seu adversário na eleição, e foi afastada por impeachment. Embora o impeachment tenha muitas outras razões de ordem política, a sua baixíssima popularidade a afastou daqueles que a elegeram, permitindo que manifestações de setores que assumiram a bandeira do combate à corrupção legitimassem a sua derrubada.
Os eixos de campanha de 2018 devem estar sintetizados em três condições indispensáveis à confiança nos agentes públicos, à capacidade das instituições de prestar serviços públicos e à criação de emprego e renda.
Para melhor explicitação, deverão ser claros no sentido da: a) renovação ética, em razão dos escândalos revelados pela Lava-Jato; b) estabilidade fiscal, por força dos desequilíbrio das contas públicas; e c) inclusão social e retomada do crescimento, em função da exclusão decorrente do desemprego e do congelamento do gasto público.
Esse raciocínio também vale para o Congresso. Nas últimas quatro eleições gerais houve financiamento empresarial de campanha e não havia ameaça a direitos dos eleitores e por isso o candidato não precisava assumir compromisso com o eleitor, já que poderia usar de propaganda e terceirizar a captação de votos, nem o eleitor precisa ter medo do seu voto, já que não havia ameaça a seus direitos, independentemente de votar em "a", "b" ou "c".
Na eleição de 2018, entretanto, essas duas condições desaparecerão e o candidato à reeleição ficará vulnerável: não terá dinheiro do financiamento empresarial e terá que convencer o eleitor que irá defender seus direitos e que durante o mantado não votou contra o interesse de seu eleitor. Quem apoiou o congelamento do gasto público, aprovou a reforma trabalhista e defendeu a reforma previdenciário não terá como fazê-lo.
Este será o cenário das próximas eleições. Ou o candidato cumpre o prometido ou não será reeleito. E essa lógica se aplicará também aos atuais detentores de mandato que tentarem a reeleição. Com essa clareza do descumprimentos dos compromissos de campanha, inclusive dos parlamentares, a renovação tende a ser grande. A nova realidade será esta: ou se respeita o eleitor ou não terá chance de reeleição.
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