Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Damares é acusada de sequestrar e criar ilegalmente criança indígena. ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Damares é acusada de sequestrar e criar ilegalmente criança indígena. Ministra contesta: "Total anuência"

Congresso em Foco

31/1/2019 | Atualizado às 14:09

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

TSE apagou vídeo de Damares entendendo se tratar de propaganda eleitoral negativa acrescida de fake news. Candidata recorreu. Foto: Valter Campanato/ABr

TSE apagou vídeo de Damares entendendo se tratar de propaganda eleitoral negativa acrescida de fake news. Candidata recorreu. Foto: Valter Campanato/ABr
Integrantes da tribo indígena Kamayurá, no Xingu, em Mato Grosso, acusam a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de ter tirado uma criança de seis anos da aldeia sob a alegação de que a levaria para um tratamento dentário. A criança nunca mais foi devolvida aos familiares e hoje, aos 20 anos, é apresentada por Damares como sua filha adotiva, embora a adoção não tenha sido formalizada. As informações são de reportagem da revista Época, que começou a circular na manhã desta quinta-feira (31). De acordo com membros da aldeia ouvidos pela revista, Kajutiti Lulu Kamayurá era criada pela avó paterna, Tanumakuru, após ter sido rejeitada pela mãe. "A branca levou a Lulu", diz, em tupi, a senhora de quase 80 anos que estampa a capa da revista. "Chorei, e Lulu estava chorando também por deixar a avó. Márcia levou na marra. Disse que ia mandar de volta, que quando entrasse de férias ia mandar aqui. Cadê?", questiona Tanumakuru. Ela afirma que nunca foi informada de que a criança não voltaria. Os indígenas alegam que Lulu foi levada por Márcia Suzuki, amiga de Damares, sob o pretexto de que a garota precisava fazer um tratamento de dente na cidade. "Márcia veio na Kuarup (festa tradicional em homenagem aos mortos), olhou os dentes todos estragados (de Lulu) e falou que ia levar para tratar", afirma Mapulu, pajé kamayurá e irmã do cacique. Amigas, Márcia e Damares são fundadoras da ONG Atini, que se apresenta como organização sem fins lucrativos "reconhecida internacionalmente por sua atuação pioneira na defesa do direito das crianças indígenas". Salva de infanticídio Em resposta à revista, a ministra diz que Lulu foi salva de infanticídio porque seria morta pela mãe. Segundo ela, a família biológica visita a jovem com regularidade. A ministra conta que a filha adotiva retornou à aldeia para reencontrar familiares após o tratamento dentário. "Ela deixou o local com a família e jamais perdeu o contato com seus parentes biológicos", afirma. Indígenas ouvidos pela reportagem alegam que a primeira visita de Lulu só ocorreu há dois anos. Em nota divulgada após a repercussão da reportagem, Damares diz que não está vinculada a Lulu por um processo de adoção, mas por "vínculo socioafetivo".  A ministra afirma que a jovem não foi "arrancada dos braços dos familiares" e que sua saída teve "total anuência de todos". Veja o comunicado da ministra: "Sobre as repercussões relacionadas à matéria da revista Época no processo de adoção de Lulu Kamayurá, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos esclarece os seguintes pontos:
  1. A ministra Damares Alves não estava presente no processo de saída de Lulu da aldeia. As duas se conheceram em Brasília.
  2. Lulu não foi arrancada dos braços dos familiares. Ela saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, de processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar.
  3. Damares é uma cuidadora de Lulu e a considera uma filha. Como não se trata de um processo de adoção, e sim um vínculo socioafetivo, os requisitos citados pela reportagem não se aplicam. Ela nunca deixou de conviver com os parentes, que ainda moram em Brasília.
  4. Lulu não foi alienada de sua cultura e passou por rituais de passagem de sua tribo.
  5. Lulu não é pessoa pública. É maior de idade. Não foi sequestrada. Saiu da aldeia com familiares, foi e é cuidada por Damares com anuência destes. Nenhum suposto interesse público no caso deveria ser motivo para a violação do direito a uma vida privada, sem tamanha exposição."
A Fundação Nacional do Índio (Funai), hoje subordinada a Damares, afirma que a retirada de crianças de uma aldeia é ilegal e que a adoção depende de aprovação da Justiça Federal e do próprio órgão. Ao longo do processo, uma equipe de estudos psicossociais deve ouvir a tribo e analisar se há vínculos entre a criança e o adotante e se a família mais extensa aceita a adoção. Índios contaram à revista que a mãe biológica de Lulu não tinha condições de cuidar dela e que foi deixada com a avó paterna. Por causa da falta de comida e remédio, segundo eles, a criança ficou desnutrida e foi levada de avião por servidores que cuidam da saúde dos indígenas na região. Apesar de ter se recuperado, ficou com a dentição torta pelo uso de mamadeira. Os kamayurás rebatem as acusações de maus-tratos feitas pela ministra. "Quem sofreu mesmo, quem ficava acordada fazendo mingau, era a vovó Tanumakaru, não a Damares. Ajudei a buscar leite nessa época", disse a pajé Mapulu. Ela admite que já houve sacrifício de crianças na aldeia, mas afirma que esse não seria o destino de Lulu. "Antigamente, tinha o costume de enterrar. Hoje, a lei mudou", completou a pajé em entrevista aos repórteres Natália Portinari e Vinicius Sassine. O Congresso em Foco procurou a Atini para que a ONG e Márcia Suzuki se manifestassem, mas não houve retorno até o momento. A reportagem será atualizada assim que forem apresentados novos esclarecimentos. Sob investigação Pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular, Damares disse durante um culto, em 2013, que salvou Lulu da miséria dos kamayurás e do infanticídio. Segundo ela, se tivesse ficado na aldeia, a menina seria escrava do próprio povo. Criada em 2006, a Atini é alvo de indigenistas e do Ministério Público, que falam em tráfico e sequestro de crianças e incitação ao ódio contra indígenas. De acordo com a Folha de S.Paulo, a Polícia Federal pediu, em 2016, informações à Funai sobre suspeitas de "tráfico e exploração sexual" de indígenas - despacho da fundação cita a Atini e outras duas ONGs. A organização diz que, com seu trabalho, já salvou ao menos 50 crianças em situação de risco, algumas delas enterradas vivas. Em entrevista à Folha, a advogada da entidade, Maíra de Paula Barreto Miranda, afirmou que o problema da matança de crianças é real e não deve ser justificado pelo relativismo cultural nem desmerecido por ativistas. Damares se afastou da Atini em 2015.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

adoção crianças funai indígenas infanticídio Damares Alves Ministério da Mulher Família e Direitos Humanos Kajutiti Lulu Kamayurá

Temas

Direitos Humanos Governo

LEIA MAIS

DIREITOS DOS ANIMAIS

Nova lei proíbe tatuagens e piercings em cães e gatos no Brasil

Apostas online

Senadores apresentam pacote com 17 projetos para regulamentar bets

Governo

Gleisi sai em defesa de Hugo Motta diante do impasse do IOF

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

3

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

4

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

5

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Veja como cada deputado votou na urgência para derrubar decreto do IOF

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES