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Cris Monteiro
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Autonomia econômica
31/7/2025 15:00
Dados recentes revelam uma emergência nacional silenciosa, milhões de brasileiros endividados sem saber, idosos sofrendo golpes do próprio INSS, jovens e adultos mergulhados em apostas online e tantos outros sinais. A educação financeira não pode mais ser tratada como um tabu que "só serve para famílias ricas". Saber lidar com o próprio dinheiro é uma ferramenta de autonomia, dignidade e cidadania. Ignorar isso custa caro, para o cidadão, para o Estado e para o futuro do país.
Segundo levantamento do Banco Central, nos primeiros oito meses de 2024, brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online, com a participação de aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas que realizaram ao menos uma transferência via Pix. A maioria dos apostadores têm entre 20 e 30 anos, mas o valor médio gasto cresce com a idade, de R$100 entre os mais jovens a mais de R$ 3.000 mensais entre os mais velhos.
Ainda, segundo a Serasa, 57 milhões de brasileiros têm dívidas e nem sabem disso. Desses, 19 milhões já estão com o nome sujo e também não fazem ideia. O órgão alerta que muita gente só descobre esse problema tarde demais, porque não costuma acompanhar de perto a própria situação financeira.
Esses dados mostram uma realidade alarmante, milhões de pessoas estão tomando decisões financeiras no escuro. A desinformação financeira tem um custo coletivo alto. Quando milhões de pessoas tomam decisões no escuro, como entrar no rotativo do cartão, aceitar empréstimos com juros abusivos ou jogar jogos de apostas online, o resultado é um aumento da inadimplência que afeta todo o sistema. Os bancos reagem elevando os juros, encarecendo o crédito para todos, inclusive para quem paga em dia. É um ciclo perverso: a falta de acesso à educação financeira aprofunda a pobreza, perpetua dívidas impagáveis e corrói a estabilidade econômica das famílias do país. Romper esse ciclo exige ação pública em informação e formação.
Está tramitando na Câmara Municipal de São Paulo o projeto de lei 775/2025, uma proposta que cria oficinas públicas e regulares de educação financeira para todas as idades em escolas, centros comunitários e equipamentos públicos. Educar financeiramente é gerar independência. É reduzir a desigualdade de oportunidades, prevenir crises familiares, fortalecer o consumo consciente e até melhorar a arrecadação pública de forma mais estável.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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