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Congresso em Foco
14/9/2017 | Atualizado às 23:29
Na primeira denúncia, Temer é acusado de corrupção passiva, mas só será investigado após deixar a Presidência
Leia a íntegra da segunda denúncia
| parte 1 | parte 2 | parte 3 |
Nessa nova denúncia, Janot inclui Temer entre os membros do chamado "PMDB da Câmara", enquadrando-os por organização criminosa. São acusados, além do presidente da República, os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ambos presos por imposição da Operação Lava Jato; o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo e aliado de Temer também preso; o deputado suplente Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), auxiliar próximo do presidente e conhecido como o "deputado da mala" de propina; e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria de Governo). Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos e estatais, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Michel Temer é acusado de ter atuado como líder da organização criminosa desde maio de 2016, quando assumiu interinamente a Presidência da República.<< Temer tinha poder decisório no "quadrilhão" do PMDB e recebeu R$ 31,5 milhões, diz PF << Janot denuncia Temer por corrupção passiva no caso JBS; veja a íntegra da denúnciaSegundo Janot, o esquema batizado "quadrilhão do PMDB" permitiu que os denunciados recebessem ao menos R$ 587 milhões em propina. O núcleo político da organização criminosa, descreve a denúncia, era composto também por integrantes de PP e PT, dispostos em subnúcleos específicos, além de outros parlamentares do chamado "PMDB do Senado". Em maio de 2016, sustenta Janot, época do pós-impeachment de Dilma Rousseff, reformulou-se o núcleo político da organização criminosa, de maneira que os integrantes do "PMDB da Câmara", particularmente Temer, passaram a desempenhar "papel de destaque" antes conferido ao PT na gestão Dilma, "em razão da concentração de poderes na Presidência da República". A denúncia é embasada em delações de executivos do Grupo JBS e também do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, considerado operador do PMDB em esquemas de corrupção. Em documento de 245 páginas, Janot argumenta que, ao avalizar a compra de silêncio de Funaro e também do ex-deputado cassado Eduardo Cunha, em conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, Temer cometeu o crime de obstrução de Justiça. No trecho referente a Cunha, aliás, Janot faz menção à rápida ascensão do cacique peemedebista entre os pares da Câmara, com o apoio do chamado "Centrão" - grupo suprapartidário formado por legendas de segundo escalão como PTB, PR, PP e Solidariedade. "No início de 2015, Eduardo Cunha decidiu não observar o acordo de alternância entre PT e PMDB e lançou-se candidato à Presidência da Câmara dos Deputados numa disputa com o candidato do PT Arlindo Chinaglia. Esse episódio marcou uma virada importante no relacionamento entre os integrantes do núcleo político da organização criminosa do 'PMDB da Câmara' e do PT. Os caciques do PMDB achavam que o governo não estava agindo para barrar a Lava Jato em relação aos 'aliados' por que queriam que as investigações prejudicassem os peemedebistas; já os integrantes do PT da organização criminosa desconfiavam que aqueles queriam fazer uma manobra política para afastar a então presidente Dilma do poder e assumir o seu lugar", registra material veiculado na página do Ministério Público Federal.
<< Jucá: troca de governo "estanca sangria" da Lava JatoFuracão JBS A mais grave crise do governo Temer teve início com a revelação, pelo site do jornal O Globo, de que o presidente recebeu clandestinamente, em 7 de março, o empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, nos subterrâneos do Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República até hoje ocupada pelo peemedebista. Na ocasião, Joesley gravou a longa conversa com o presidente sem ele saber. Segundo perícia finalizada em 23 de julho pela Polícia Federal, Temer avaliza a compra do silêncio de Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sergio Moro, na primeira das ações penais a que responde na primeira instância.
<< PF conclui que não há adulteração na gravação de Joesley com Temer e recupera trechos da conversaAlém disso, na gravação, o presidente ouve Joesley dizer que recebia, regularmente, informações privilegiadas de um procurador da Lava Jato, já preso, e de outros dois juízes com acesso às investigações. A reação do presidente diante da confissão é de naturalidade, quando a lei determina que não se omita diante da prática confessa de crimes - situação agravada pelo fato de se tratar de um presidente da República em encontro secreto sem qualquer relação com o exercício do mandato presidencial, em um palácio do governo. Em outra passagem, Temer e Loures tratam de maneiras de beneficiamento da J&F junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e até ao Ministério da Fazenda.
<< Após liberar emendas e trocar deputados, governo consegue rejeitar parecer para investigar TemerNa denúncia apresentada em junho, a PGR acusa o presidente de ser o destinatário dos R$ 500 mil entregues pelo lobista Ricardo Saud, da JBS, ao então suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), então assessor do presidente, flagrado em vídeo recebendo e transportando a mala de dinheiro em abril deste ano. Apesar de todos os indícios e das provas coletadas, a primeira denúncia foi rejeitada pelo plenário da Câmara no dia 2 de agosto. No placar, 263 votos contra a denúncia, 227 a favor, 19 ausências e duas abstenções. O resultado interrompeu o prosseguimento da investigação até que o presidente deixe o cargo, a partir de 1º janeiro de 2019. A denúncia também envolvia o ex-parlamentar Rodrigo Rocha Loures, que chegou a ser preso e hoje está em prisão domiciliar. Rito Assim como ocorreu com o trâmite da primeira denúncia, o ministro Edson Fachin, relator do caso JBS no Supremo, deve enviar a denúncia diretamente à Câmara, onde a investigação precisa ter continuidade autorizada por dois terços dos deputados (342 dos 513 votos possíveis). Para viabilizar as reformas governistas, o Palácio do Planalto quer rapidez na apreciação da denúncia. No entanto, na Casa, ainda haverá a discussão da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, mesmo que a denúncia seja rejeitada no colegiado, o processado segue para votação em plenário, onde cada deputado presente tem de declarar como vota ao microfone, com transmissão ao vivo e nome registrado nos canais oficiais da Casa. Caso a Câmara aceite a denúncia e o STF repita tal entendimento, Temer se transforma em réu e é afastado por 180 dias até a conclusão do julgamento.
<< Câmara rejeita pedido para investigar Temer << Janot denuncia Temer por corrupção passiva no caso JBS; veja a íntegra da denúncia
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