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TRAGÉDIA SOCIOAMBIENTAL
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha, Louise Freire
25/1/2025 8:22
"É a memória deles e das demais vítimas que nos move a lutar cotidianamente para que nenhuma outra mãe passe pelo que eu e tantas outras estamos passando. Quantas vidas ainda precisarão ser cruelmente perdidas para que algo mude?", questiona.
Famílias da na Bacia do Paraopeba protestam contra corte de PTR. Foto: MAB[/caption]
Apesar da morosidade para que a mineradora pague as indenizações individuais, o MAB considera um avanço o início da liquidação coletiva das indenizações em 2024. "A liquidação coletiva é uma forma de fazer a indenização individual, mas com parâmetros coletivos, com uma matriz de danos coletiva, com debate coletivo, com parâmetros determinados coletivamente e através de uma perícia determinada pelo juiz", explica.
Ele ainda conta que a Vale tentou impedir o acordo de indenização coletiva que está em fase de elaboração de metodologia e discussão entre as partes. "Ela recorreu em primeira instância, em segunda instância, já perdeu nas duas. A gente espera que neste ano de 2025 se inicie de fato a liquidação coletiva".
O rompimento das barragens atingiu cerca de um milhão de pessoas. Foto: Bruno Ferrari/ MAB[/caption]
Segundo Guilherme, os moradores seguem convivendo com contaminação da água e do solo no entorno do rio, o que também afeta os animais. Por causa disso, muitos dos atingidos não retomaram as suas atividades econômicas na região.
"Os estudos de risco à saúde humana e risco ecológico, que deveriam ser feitos para dizer se existe risco ou não, já deveriam estar prontos. Eles têm cinco fases, nem a primeira fase foi terminada ainda. A empresa que estava contratada para fazer esses estudos vai ser descontratada para a contratação de uma nova. Isso porque ela não deu conta de fazer os estudos. Então, nem sequer a informação confiável os atingidos têm acesso".
Após as tragédias de Brumadinho e Mariana, o governo instituiu a Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) para dar suporte a vítimas de desastres ambientais. Também foi instaurada na Câmara dos Deputados a Comissão Externa sobre Fiscalização dos Rompimentos de Barragens e Repactuação, também coordenada pelo deputado Rogério Correia.
A Vale afirma que assumiu cerca de R$ 64,5 bilhões em compromissos de reparação. Desse total, segundo a mineradora, R$ 48,55 bilhões já foram desembolsados. A empresa alega que removeu 88% dos rejeitos minerais. Em sua página na internet, a Vale diz que "o pagamento das indenizações cíveis extrajudiciais e trabalhistas seguem como prioridade, reafirmando o compromisso em indenizar as pessoas impactadas pelo rompimento". Pelo menos um familiar de cada empregado, próprio ou terceirizado, vítima do rompimento, já fechou acordo de indenização, de acordo com a empresa.
Conforme o grupo, foram fechados mais de 8,9 mil acordos de indenização, entre cíveis e trabalhistas, com mais de 17 mil pessoas. Até o momento, ainda segundo a mineradora, foram pagos R$ 3,8 bilhões em indenizações.
Em dezembro de 2024, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu o ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman em relação à tragédia de Brumadinho. Por outro lado, o ex-diretor de Ferrosos e Carvão, Gerd Peter Poppinga, recebeu uma multa de R$ 27 milhões. A CVM concluiu que Poppinga falhou em seu dever de diligência, mas determinou que não seria viável evitar o acidente.
Mariana, dez anos
O colapso da barragem em Brumadinho é considerado o mais grave acidente de trabalho no Brasil, em número de mortos, e o segundo pior desastre industrial do século. Um dos episódios mais impactantes em termos de desastres ambientais na mineração brasileira, perde apenas para o rompimento da barragem em Mariana, também Minas Gerais, em 2015.
A barragem de rejeitos, conhecida como barragem da Mina Córrego do Feijão, pertencia à Vale S.A. e era classificada pela empresa como "de baixo risco" e "com alto potencial de danos". Essa estrutura armazenava rejeitos de mineração de ferro e estava localizada no ribeirão Ferro-Carvão, na área de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, estado de Minas Gerais.
Construída em 1976 pela Ferteco Mineração, a Barragem I do Córrego do Feijão foi adquirida pela Vale em 2001 e passou por uma série de ampliações feitas por diferentes projetistas e empreiteiros ao longo dos anos.
Como resultado do rompimento, aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram liberados. Desses, cerca de 2 milhões de metros cúbicos permaneceram na área da antiga barragem B-I. O ribeirão Ferro-Carvão acumulou 7,8 milhões de metros cúbicos até sua confluência com o rio Paraopeba, enquanto cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos chegaram ao rio Paraopeba, fluindo em direção à represa da Usina Hidrelétrica (UHE) de Retiro Baixo, que está entre os municípios de Curvelo e Pompéu.
A tragédia ocorreu quatro anos depois do rompimento da barragem da Samarco Mineração S/A, em Mariana, também em Minas Gerais, que despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério. A lama contaminou a bacia do Rio Doce, atingindo 49 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo
A lama percorreu 663 km até chegar ao mar. A tragédia causou a morte de 19 pessoas e deixou outras três desaparecidas. A Samarco é uma joint-venture da Vale e da BHP Billiton.
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