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HISTÓRIA POLÍTICA
Congresso em Foco
25/4/2025 | Atualizado às 12:02
Fernando Collor de Mello, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), mais de 30 anos após seu impeachment. A ordem veio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e reabriu as páginas de um dos capítulos mais marcantes da política brasileira: a queda de um presidente cercado por escândalos de corrupção e abandonado por seus aliados.
O que mais chama atenção, no entanto, é que muitos dos nomes que cercavam Collor aliados, rivais ou simples testemunhas da história ainda estão por aí, atuando ativamente na política ou no Judiciário. O tempo passou, mas a cena política brasileira parece girar em looping, com personagens que resistem às décadas.
Entenda por que Collor foi preso
Lula, de rival a presidente
Em 1989, Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou Collor no segundo turno da primeira eleição direta do pós-ditadura. Derrotado por uma diferença de seis pontos percentuais, Lula se tornaria presidente anos depois e hoje governa o país pela terceira vez, justamente no momento em que seu antigo adversário é preso.
Moraes, o jovem promotor
Em 1992, Alexandre de Moraes era um jovem promotor em São Paulo. Hoje, é um dos ministros mais influentes do STF e o responsável direto pela ordem de prisão de Collor. Moraes foi nomeado para o Supremo por Michel Temer, presidente que também chegou ao cargo por meio de um impeachment, o de Dilma Rousseff, em 2016. Durante o governo Collor, Temer ocupava os cargos de procurador-geral e secretário de Segurança Pública de São Paulo, no governo Luiz Antonio Fleury Filho.
Lindbergh, de cara-pintada a líder do PT
Nos protestos que marcaram o impeachment de Collor, um rosto se destacou: o do jovem presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lindbergh Farias. Líder do movimento dos caras-pintadas, ele hoje é deputado federal e líder do PT na Câmara. Já foi prefeito de Nova Iguaçu (RJ) e senador da República. O movimento dos caras-pintadas levou multidões às ruas, pressionando o Congresso a cassar Collor. Curiosamente, Lindbergh e Collor chegaram a dividir o plenário do Senado, anos depois, como colegas de mandato.
Renan, de aliado a rival
Da tropa de choque à prisão
Ex-deputado e aliado fiel de Collor durante o processo de impeachment, Roberto Jefferson está atualmente preso, condenado por incitação ao crime, homofobia e ataques às instituições democráticas. Em 2022, chegou a lançar granadas e atirar contra agentes da Polícia Federal durante o cumprimento de um mandado de prisão.
Caiado, pré-candidato a presidente
Candidato à Presidência em 1989 e apoiador de Collor no segundo turno, Ronaldo Caiado hoje é governador de Goiás e pré-candidato presidente. Sua carreira decolou após aquela eleição. Ele se elegeu deputado federal em 1990, cumpriu quatro mandatos, foi senador e comanda o Executivo goiano desde 2019. Em 1992, no início de sua passagem pela Câmara, votou contra o impeachment de Collor.
De Alckmin a Bolsonaro
Duas figuras com grande destaque na atual política exerciam mandato na Câmara e votaram a favor do impeachment de Collor em 1992. Geraldo Alckmin, então deputado, hoje é vice-presidente da República. No PSDB à época, governou posteriormente São Paulo por quatro mandatos e atualmente está no PSB.
Jair Bolsonaro, também votou pela cassação de Collor. Em 1992, era apenas um deputado em início de carreira; em 2018, elegeu-se presidente da República. Hoje é o principal nome da oposição, embora esteja inelegível até 2030.
Outros congressistas que votaram a favor da cassação e permanecem em Brasília: Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) e os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Flávio Arns (PSB-PR) todos deputados em 1992.
CPI do PC, e PT
A CPI do PC Farias foi decisiva para a cassação de Collor. Três dos deputados petistas à época que se destacaram nas investigações continuam ativos na política: Eduardo Suplicy, hoje deputado estadual; Aloysio Mercadante, atual presidente do BNDES; e José Dirceu, que recentemente viu suas condenações na Justiça serem anuladas e prepara sua candidatura à Câmara em 2026.
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