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ORÇAMENTO
Congresso em Foco
25/4/2025 11:21
O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Flávio Dino, cobrou nesta sexta-feira (25) novas medidas para garantir maior transparência e controle sobre a destinação das emendas parlamentares no orçamento federal. A decisão foi tomada no âmbito da ação movida pelo Psol (ADPF 854) para contestar práticas opacas na execução de emendas orçamentárias especialmente as chamadas "emendas de comissão" (RP8) e "emendas de bancada" (RP7).
Veja o despacho de Flávio Dino
A medida dá sequência ao compromisso firmado entre os Poderes Executivo e Legislativo em fevereiro de 2025, com o chamado Plano de Trabalho conjunto, voltado à implementação da Lei Complementar nº 210/2024, que estabelece regras para rastreabilidade de recursos públicos.
O Psol e as entidades da sociedade civil que acompanham a ação, como a Transparência Brasil, a Associação Contas Abertas e a Transparência Internacional Brasil, alegam que a resolução feita pelo Congresso para tornar mais transparente a autoria das emendas orçamentárias, não cumpriu com seu objetivo e deixou brechas que dificultam o rastreio dos recursos públicos destinados por deputados e senadores.
Segundo essas organizações, as normas do Congresso não exigem o registro do parlamentar que propôs originalmente a emenda, o que impede o controle social e a responsabilização. A Resolução nº 001/2025 do Congresso Nacional, que regulamenta essas emendas, teria mantido essa opacidade o que foi considerado uma forma de reembalar o que já havia sido rejeitado, nas palavras do Instituto Não Aceito Corrupção.
Pontos questionados
Entre os principais problemas apontados pelo Psol e pelas entidades estão:
O que decidiu Flávio Dino
Diante das manifestações, Flávio Dino determinou uma série de providências:
O que dizem o Congresso e a AGU
O Senado defendeu que a Resolução nº 001/2025 respeita as decisões do STF, pois, embora autorize líderes a fazerem indicações, não lhes dá exclusividade permitindo também que qualquer parlamentar proponha emendas.
Já a Câmara dos Deputados alegou que a sistemática de registro e referendo das emendas segue critérios técnicos e aumenta a rastreabilidade. Também informou dificuldades operacionais, como a ausência de numeração para parlamentares suplentes, o que exigiu a identificação por nome nas planilhas.
A AGU sustentou que o texto legal permite a indicação por líderes partidários, mas condicionada à deliberação da bancada ou da comissão temática.
O que são as emendas RP7 e RP8?
Entenda
A controvérsia em torno da liberação das emendas parlamentares teve início em dezembro de 2022, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucionais as emendas do relator, conhecidas como RP8 e RP9. Em resposta à decisão, o Congresso Nacional editou uma nova resolução com o objetivo de reformular as regras de distribuição desses recursos e atender às exigências da Corte.
No entanto, o Psol, autor daquela ação, sustentou que as mudanças feitas pelo Congresso não garantiam a transparência necessária e, portanto, representavam descumprimento da decisão do STF.
Com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do processo, o ministro Flávio Dino assumiu a condução do caso. Em agosto de 2023, Dino determinou a suspensão dos repasses de emendas e estabeleceu que só poderiam ser retomados sob critérios rigorosos de rastreabilidade dos recursos. As emendas só voltaram a ser liberadas em fevereiro deste ano, após o Supremo homologar um acordo entre os Três Poderes sobre regras de transparência para as emendas parlamentares. Depois disso, o Congresso aprovou uma resolução com novas regras. É essa versão contestada novamente pelo Psol.
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