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Educação
Congresso em Foco
27/5/2025 18:06
Uma pesquisa nacional publicada nesta terça-feira (27) revelou que apesar da lei que restringe o uso de celulares em sala de aula, dos alunos alegam não terem domínio sobre as novas regras do uso desses aparelhos. Realizado pela Frente Parlamentar Mista da Educação em parceria com a organização Equidade.info, o levantamento ouviu 1.057 alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, além de 207 professores e 145 gestores escolares.
As entrevistas aconteceram entre fevereiro e março de 2025 em mais de 200 escolas públicas e privadas de todo o país. A pesquisa tem margem de erro de até 8 pontos percentuais e 95% de nível de confiança.
Os dados foram apresentados nesta semana pelo deputado Rafael Brito (MDB/AL), presidente da Frente, e pelo professor Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e professor da Stanford Graduate School of Education. O parlamentar reforçou que apesar da lei ainda não ter chegado à proibição total, já demonstra os efeitos com a diminuição do uso dos aparelhos celulares. Ele ainda cita que essa é uma lei que veio "para ficar" e para melhorar a educação.
"Talvez a lei não tenha chegado ainda onde a gente queria que ela chegasse, que é na proibição total, mas a redução do uso do aparelho telefônico é falada pelos próprios usuários, alunos, como também pelos professores e como na percepção dos gestores escolares. Sem dúvida ela traz um ganho muito grande para a sociedade como um todo e o tempo que a gente consegue proteger os nossos jovens da exposição ao tempo de tela, que era a principal função da lei", diz Rafael Brito.
Ao apresentar a pesquisa, o coordenador do Equidade.info destacou a parceria com a Frente Parlamentar Mista da Educação e a representatividade nacional dos levantamentos. Ele também destacou que é uma pesquisa que demonstra o impacto inicial da lei, sancionada neste ano.
"Foi uma iniciativa para acompanhar a realidade do chão de escola, uma amostra representativa do ensino básico brasileiro. São 200 escolas que a gente acompanha seis vezes ao ano", detalha o professor Guilherme Lichand. "Essa pesquisa tenta monitorar a implementação inicial a restrição do uso de celulares nas escolas. Essa questão do uso nas escolas é global".
Conhecimento sobre a lei
A nova Lei nº 15.100/2025, sancionada em janeiro, regulamenta o uso de celulares nas escolas de educação básica, restringindo seu uso a situações pedagógicas específicas ou de necessidade comprovada. A pesquisa mostrou que 84% dos professores e 85% dos gestores estão bem informados sobre as novas regras. No entanto, 1 em cada 3 alunos ainda desconhece a normativa principalmente entre estudantes do Ensino Fundamental II e na região Nordeste.
A comunicação institucional tem sido eficaz: 94% das direções escolares e 67% dos professores afirmam ter repassado a informação. Ainda assim, 27% dos docentes disseram que, apesar de estarem cientes das novas regras, não as comunicaram aos alunos ou responsáveis
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Adesão ainda parcial
O estudo revela uma realidade de transição. Apesar da entrada em vigor da lei, mais da metade dos alunos que levam o celular para a escola seguem utilizando o aparelho dentro da sala de aula, com destaque para os alunos do Ensino Médio. Em contrapartida, 69% dos estudantes do Fundamental II afirmam não levar o celular para a escola, contra 63% dos estudantes do Médio que o levam todos os dias
Outro dado preocupante é que dos alunos relatam dificuldade para reduzir o tempo de tela, condição confirmada por 83% dos professores e 86% dos gestores. Isso demonstra que a aplicação da nova política ainda enfrentará resistência e desafios operacionais
.
Motivações para o uso dos celulares
A pesquisa revelou percepções bastante distintas sobre o uso dos celulares. Para 75% dos alunos, o principal motivo é se comunicar com a família. Já docentes e gestores acreditam que o uso predominante é para entretenimento, como redes sociais, vídeos e música.
Por outro lado, também há sinais positivos: alunos do Ensino Médio são os que mais utilizam os aparelhos com finalidades pedagógicas, como acessar materiais escolares e tirar dúvidas com colegas
.
Opinião entre alunos e educadores
O tema ainda divide opiniões. Quase metade dos alunos (46%) é favorável ao uso do celular nas escolas, enquanto 57% dos professores e 58% dos gestores são contrários. A favorabilidade é maior entre estudantes do Ensino Médio (51%) e nas regiões Sul e Centro-Oeste. Já no Sudeste, gestores e professores lideram a rejeição à presença dos celulares em sala de aula
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Além das resistências culturais, o estudo apontou obstáculos logísticos, como a ausência de locais apropriados para guardar os aparelhos. A solução mais comum tem sido deixar os celulares nas mochilas ou bolsos, e apenas 1 em cada 4 escolas adotou caixas de armazenamento na entrada.
Com coletas realizadas a cada 45 dias, o painel Equidade.info se consolida como a principal fonte de dados em tempo real sobre a realidade das escolas brasileiras. A iniciativa pretende apoiar a formulação de políticas públicas baseadas em evidências, promovendo um ambiente educacional mais justo, equitativo e eficiente.
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