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ELEIÇÕES NO HORIZONTE
Congresso em Foco
27/8/2025 | Atualizado às 20:22
Na última terça-feira (26), durante reunião ministerial, o presidente Lula cobrou seus ministros ligados ao União Brasil e PP para que se posicionem com firmeza em defesa do Governo ou considerem a possibilidade de entrega dos cargos. Em resposta, o União Brasil antecipou para terça-feira (2) a reunião de dirigentes para discutir a possibilidade de desembarcar do Executivo.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente do União, ACM Neto, em suas redes sociais. "Nunca fui favorável que o União Brasil ocupasse qualquer cargo no governo Lula. Vejo, entretanto, que, diante dos últimos fatos, seja necessária uma deliberação na próxima reunião da executiva nacional do partido, já marcada para a terça que vem, da imediata entrega de qualquer função ocupada por membros do partido no governo federal", declarou.
A possibilidade de entrega de cargos já era cogitada na cúpula do partido, mas o cronograma original era de levar a discussão adiante no final do ano, perto do período eleitoral.
Afastamento gradual
A cobrança de Lula não aconteceu por acaso. A adesão do União Brasil ao governo, desde o início, foi motivo de controvérsia dentro da sigla, que conta com grande número de deputados, governadores e prefeitos rivais do presidente Lula. O mesmo acontece no PP, que tem como presidente o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro e opositor declarado do Planalto.
Os dois partidos já vinham dando sinais de afastamento. No primeiro semestre desse ano, o União Brasil lançou a pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado, rival de longa data do presidente Lula. Apesar de ainda haver dúvida sobre a permanência do político goiano na disputa, os dois partidos deixaram claro, ao anunciar que formariam uma federação, que o projeto em comum seria em uma plataforma de oposição em 2026.
A situação se agravou no último dia 19, dia em que foi oficializada a federação. O presidente do União, Antônio Rueda, realizou um jantar em sua casa com líderes de todos os partidos do centrão e da oposição. A pauta da reunião foi exatamente a construção de um projeto eleitoral sem Lula ou Bolsonaro.
Bancada com Rueda
Na reunião ministerial, além de cobrar a lealdade do PP e União Brasil, Lula revelou "não gostar" e nem "querer amizade" com Rueda, e que a recíproca também seria verdadeira. Em nota, Rueda afirmou que não levaria a alegação para o lado pessoal. "Na democracia, o convívio institucional não se mede por afinidades pessoais, mas pelo respeito às instituições e às responsabilidades de cada um. O que deve nos guiar é a construção de soluções e não demonstrações de desafeto", disse.
Por outro lado, o presidente do União deixou claro que não vai ceder à vontade do Planalto. "A fala do presidente Lula evidencia o valor da nossa independência e a importância de uma força política que não se submete ao governo", declarou.
A bancada do partido na Câmara também se manifestou, posicionando-se ao lado de Rueda. "Reafirmamos que a independência do União Brasil é valor essencial para o fortalecimento da democracia brasileira. (...) Nossa atuação, no Parlamento e na vida pública, é guiada pela construção de soluções que atendam aos interesses da sociedade, e não por demonstrações de desafeto", manifestaram em ofício direcionado ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A saída do União Brasil da base do governo pode resultar em forte prejuízo ao presidente Lula. O partido tem a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 59 parlamentares. Se o PP aderir ao movimento, serão outras 50 cadeiras a menos no círculo de aliados do Planalto.
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