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Núcleo crucial
Congresso em Foco
8/9/2025 15:42
O Supremo Tribunal Federal (STF) continua nesta semana o julgamento dos oito réus apontados como integrantes do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado. Trata-se do grupo formado por militares de alta patente, ministros civis e assessores próximos ao então presidente Jair Bolsonaro.
Unidos pela relação de confiança construída durante o governo, eles ocuparam postos estratégicos na Defesa, Justiça, Inteligência e no Gabinete de Segurança Institucional. A partir dessa rede, articulada em torno da liderança do ex-presidente, supostamente avançaram na contestação do resultado das eleições de 2022 e discutiram medidas de ruptura institucional.
Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República, é considerado o ponto de convergência de todos os demais réus. Sua liderança política e institucional reunia generais, ministros e assessores em um projeto comum: questionar a legitimidade do processo eleitoral e manter o grupo no poder. Segundo relatório da Polícia Federal, Bolsonaro permeava todos os núcleos identificados, articulando a movimentação de militares, operadores políticos e estruturas de Estado.
Walter Braga Netto
General da reserva, foi ministro da Defesa, da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Sua proximidade vinha tanto da confiança pessoal do presidente quanto da posição de destaque na cúpula militar. Investigações apontam que reuniões estratégicas ocorreram em sua residência, em novembro de 2022, nas quais se discutiram alternativas para evitar a posse de Lula. Com trânsito entre militares e políticos, Braga Netto é citado como parte do chamado "núcleo duro" ao lado de Augusto Heleno.
Mauro Cid
Tenente-coronel do Exército, conheceu Bolsonaro durante o governo, quando foi escolhido como ajudante de ordens. O cargo lhe garantia acesso diário ao presidente e o transformou em um operador de confiança. Nas investigações, passou a ser peça central: em delação premiada, relatou reuniões, a circulação de uma minuta de decreto de intervenção e a disposição de alguns comandantes militares em aderir a planos de ruptura. Seu testemunho reforçou a narrativa de que havia coordenação entre lideranças políticas e militares.
Alexandre Ramagem
Deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi um dos homens de confiança de Bolsonaro na área de segurança e inteligência. Sua relação com o presidente se consolidou após a eleição de 2018, quando assumiu a Abin. Ramagem chegou a ser indicado para comandar a Polícia Federal, mas a nomeação foi suspensa pelo STF. A inclusão do ex-chefe da Abin no núcleo, segundo a denúncia, mostra como estruturas de inteligência foram envolvidas no processo, aproximando a articulação política do aparato estatal.
Almir Garnier Santos
Almirante de esquadra, comandou a Marinha no governo Bolsonaro. De acordo com a delação de Mauro Cid, Garnier foi o único dos três chefes militares que teria manifestado apoio à execução de um plano de ruptura institucional. Sua posição contrastou com a de comandantes do Exército e da Aeronáutica, que rejeitaram a ideia. Garnier mantinha diálogo frequente com Bolsonaro e sua presença no núcleo reforça o peso da participação de setores das Forças Armadas na articulação.
Anderson Torres
Delegado da Polícia Federal, foi ministro da Justiça e, posteriormente, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Sua relação com Bolsonaro vinha da trajetória na área de segurança. Em sua residência, a Polícia Federal encontrou a chamada "minuta do golpe", documento que previa instaurar estado de defesa para anular o resultado das eleições. A descoberta reforçou o papel de Torres como elo jurídico e operacional do grupo. Preso preventivamente em janeiro de 2023, foi um dos primeiros alvos das investigações.
Augusto Heleno
General da reserva, foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante todo o governo Bolsonaro. Considerado uma das vozes mais influentes do entorno presidencial, participou de reuniões estratégicas em que foram discutidas ações contra o sistema eleitoral. Investigações citam que, em 2022, sugeriu a infiltração da Abin em campanhas políticas. Sua posição dava respaldo simbólico e institucional a propostas que circulavam no núcleo central do governo.
Paulo Sérgio Nogueira
General do Exército, assumiu o Ministério da Defesa em 2022, no lugar de Braga Netto. Durante sua gestão, o ministério enviou relatórios e questionamentos técnicos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reforçando a narrativa de desconfiança sobre as urnas eletrônicas. Embora sem o peso político de outros generais, teve papel relevante ao conferir caráter institucional às pressões militares sobre o processo eleitoral.
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