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RELIGIÃO
Congresso em Foco
28/10/2025 9:57
Cinco séculos depois da celebração da primeira missa no litoral da Bahia, o Brasil segue sendo, essencialmente, um país católico. O equivalente a mais da metade da população nacional se declara fiel à Igreja Católica Apostólica Romana.
Apesar de o número representar um declínio em relação a décadas anteriores, a Igreja Católica mantém uma estrutura unificada e centralizada, que nenhuma outra tradição religiosa no país se aproxima de reproduzir.
O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 56,7% dos brasileiros com 10 anos ou mais se declaram católicos apostólicos romanos.
Enquanto isso, o avanço do campo evangélico, embora constante, segue marcado pela fragmentação e pela ausência de uma liderança única ou doutrina comum. Mesmo somando cerca de 26,9% dos brasileiros, os evangélicos se distribuem entre centenas de denominações distintas, das históricas às neopentecostais, cada uma com liturgia, teologia e comando próprios.
Uma só Igreja, muitas igrejas
A principal diferença entre católicos e evangélicos no Brasil é estrutural. A Igreja Católica é uma só: tem hierarquia definida, unidade doutrinária e liderança mundial no Papa. Mesmo com ordens e movimentos internos, não há disputa entre elas. O catolicismo funciona como uma instituição única, com a mesma doutrina em qualquer lugar do mundo.
No campo evangélico, o cenário é o oposto. A maior denominação, a Assembleia de Deus, reúne cerca de 34% dos evangélicos (ou 9% da população total do país). Nenhuma outra ultrapassa 10%.
As demais se espalham por dezenas de igrejas independentes - Igreja Universal (8%), Congregação Cristã (6%), Quadrangular (5%), Batistas (11%), entre muitas outras menores.
Em termos simbólicos, há uma Igreja Católica, com 56,7%, e milhares de igrejas evangélicas, nenhuma com mais de 10%.
Essa dispersão faz com que o campo evangélico não fale com uma só voz, nem possua uma representação institucional capaz de unificar suas pautas políticas, sociais ou morais. Cada igreja responde a si mesma, o que torna o segmento mais fragmentado do que propriamente coeso.
Tradição versus adesão
A diferença essencial entre os dois grupos está na forma de pertencimento. O católico se vincula à Igreja por tradição e herança cultural. O evangélico, por adesão e experiência pessoal, ele pertence à sua igreja específica, e não a uma instituição universal.
Se o catolicismo valoriza a mediação do padre e o ritual da missa, o evangelicalismo enfatiza o contato direto com o sagrado, a comunidade e o testemunho pessoal. Por isso, o discurso do "meu pastor" e da "minha igreja" substitui o vínculo com uma estrutura centralizada.
O futuro da fé no Brasil
As tendências demográficas mostram que o crescimento evangélico continuará, mas em ritmo gradual, condicionado por sua própria fragmentação.
Mesmo com aumento constante, as estimativas mais realistas apontam que só em meados de 2050 os evangélicos poderiam alcançar a mesma proporção dos católicos, se as curvas atuais permanecerem constantes.
A fé, contudo, não é apenas questão de números. A centralidade do catolicismo e o dinamismo do evangelicalismo compõem hoje o retrato religioso do país: um Brasil ainda majoritariamente católico, mas cada vez mais diverso em suas formas de crer e pertencer.
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