Sargento comemora operação no RJ e deputado rebate: "Não é normal"

Durante a sessão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (29), parlamentares se posicionaram a respeito da operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, com mais de 60 mortes confirmadas nos complexos do Alemão e da Penha. Com opiniões divergentes, deputados compartilharam repúdio e comemoração na tribuna.

O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) comemorou as mortes ao afirmar que "são menos bandidos para tirar a paz da sociedade do Rio de Janeiro". O parlamentar caracterizou a megaoperação como necessária.

"Tudo bandido, são menos bandidos para tirar a paz da sociedade do Rio de Janeiro. Sabemos que as ações contra o crime organizado não se resumem apenas nisso, mas havia a necessidade. E se chegou a esse ponto, não podemos esquecer."

Gonçalves defendeu que o cenário criminal é resultado da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) que "tornaram esses ambientes no Rio de Janeiro verdadeiros quartéis generais do crime organizado". Segundo o deputado, organizações criminosas do Rio Grande do Norte fazem "PhD no Rio de Janeiro".

"Os senhores ministros do STF impedem que a polícia possa atuar de forma preventiva naquelas regiões", afirmou Gonçalves.

"Não é normal"

Em divergência, o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) chamou a megaoperação de "desastrada". Segundo ele, ações de desmonte de facções criminosas são fundamentais, mas é irresponsável afirmar que todas as vítimas possuem ligação com a atividade criminosa e reiterou que não há pena de morte no Brasil.

"Uma operação, sob todos os aspectos, desastrada, porque não é normal admitir-se, como correto, uma operação que já contabiliza mais de 120 corpos. E tem gente que chega aqui e, irresponsavelmente, diz que eram corpos só de bandidos."

Jerry também se solidarizou com as vítimas da ação policial. "A nossa solidariedade ao povo do Rio de Janeiro, às famílias de todos que foram vítimas, inclusive, especialmente, neste caso, aos policiais que estavam em trabalho e foram vítimas nessa operação", afirmou.