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Congresso em Foco
10/11/2025 12:44
Durante seu discurso na cerimônia de abertura da COP30, o presidente Lula criticou a resistência de diversas lideranças mundiais em aderir a planos e projetos de enfrentamento à crise climática. Ele ressaltou que o mundo vive um período de negação de evidências científicas, e defendeu que a conferência sirva como um momento para "impor nova derrota aos negacionistas"
"Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas", declarou o presidente.
Confira a fala do presidente Lula:
Lula relembrou que muitos dos acordos internacionais de proteção ao clima foram elaborados durante a Conferência do Rio de Janeiro, em 1992, e que a realização da COP30 em solo brasileiro seria um retorno da Convenção do Clima à sua "terra natal" para "recuperar o entusiasmo e o engajamento que embalaram seu nascimento".
Em seu discurso, o chefe de Estado afirmou que o mundo já possui instrumentos para deter a crise climática, mas que o ritmo de implementação está muito abaixo do necessário para atingir os efeitos necessários. "Ainda avançamos rumo a um aumento superior a 1,5 ºC na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr. (...) Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada", afirmou.
Lula também criticou a postura de líderes mundiais que aplicam mais recursos de seus países para equipamento de guerra do que em políticas ambientais. "Se os homens que fazem guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com o problema que mata do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como fizeram no ano passado".
Chamado global e propostas
Lula organizou seu discurso em torno de três apelos principais. O primeiro foi para que os países cumpram seus compromissos firmados nas conferências anteriores. "Isso significa formular e implementar as Contribuições Nacionalmente Determinadas ambiciosas, assegurar financiamento, transferência de tecnologia e capacitação aos países em desenvolvimento", declarou.
No segundo ponto, o presidente defendeu a aceleração do cumprimento das agendas mundiais de ação climática. "Precisamos de mapas do caminho para que a humanidade, de forma justa e planejada, supere a dependência dos combustíveis fósseis, pare e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins", afirmou. Sua sugestão é criar na ONU um Conselho do Clima, vinculado diretamente à Assembleia Geral para elevar o grau de importância política do tema.
Por fim, reforçou a importância de incluir a população mundial no centro da agenda climática. "O aquecimento global pode empurrar milhões de pessoas para a fome e a pobreza, fazendo retroceder décadas de avanços. O impacto desproporcional da mudança do clima sobre mulheres, afrodescendentes, migrantes e grupos vulneráveis deve ser levado em conta nas políticas de adaptação", alertou.
Ameaça do presente
Em sua fala, o presidente destacou que "A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro", mas sim "uma tragédia do presente".
"O furacão Melissa que fustigou o Caribe e o tornado que atingiu o Estado do Paraná, no Sul do Brasil, deixaram vítimas fatais e um rastro de destruição. Das secas e incêndios na África e na Europa às enchentes na América do Sul e no Sudeste Asiático, o aumento da temperatura global espalha dor e sofrimento, especialmente entre as populações mais vulneráveis", apontou.
Para Lula, os efeitos desses desastres expõem que "a emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável. Aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer".
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