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CCJ DO SENADO
Congresso em Foco
12/11/2025 | Atualizado às 11:56
A sabatina de Paulo Gonet, indicado à recondução como procurador-geral da República, foi marcada por um momento de tensão nesta quarta-feira (12) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atacou duramente o chefe do Ministério Público Federal, afirmando que "os membros do MP devem ter vergonha" de sua atuação.
Flávio acusou Gonet de "aceitar passivamente" decisões do Supremo Tribunal Federal e de "perseguir quem denuncia abusos", em referência às ações movidas contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do senador, condenado a mais de 27 anos por tentativa de golpe. "O senhor envergonha o MPF. Eu falei na sua primeira sabatina que Deus estava lhe dando uma chance de se redimir, mas o senhor fez o contrário", disse o senador.
O senador acusou Gonet de atropelar atribuições do Congresso em relação à anistia aos condenados por tentativa de golpe e também ao defender restrições ao impeachment de ministros do STF.
"O senhor perseguiu e entrou em um jogo sujo de uma pessoa que para mim é doente. Parece estar cumprindo ordens dele", disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes. "O senhor não tem vergonha? Esse conluio, esse jogo combinado, essa farsa. E o senhor colaborando com a perseguição de pessoas inocentes. O senhor não se sente mal de fazer isso, não? Tudo isso que o senhor está fazendo em conluio com o Supremo é nulo em um Estado democrático de direito", continuou.
As declarações provocaram reação imediata do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), que interveio pedindo respeito ao sabatinado. "Quero chamar a atenção dos senadores. Constranger alguém numa arguição é algo que nunca fiz, nem com o meu pior adversário. A serenidade deve prevalecer. Dentro de uma casa legislativa, a palavra deve sempre seguir padrões éticos", afirmou.
Flávio retrucou dizendo que estava sendo "muito educado", e que Otto reagiria de forma semelhante se "Gonet estivesse fazendo com seu filho o que ele fez com meu pai". O presidente da CCJ respondeu: "Sei que, como filho, o senhor reagiria, mas não dessa forma. Quem prende não é o procurador, ele apenas denuncia". O procurador-geral da República, indicado pelo presidente Lula para ficar mais dois anos no cargo, foi o responsável pela denúncia contra Jair Bolsonaro e demais acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado.
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