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OPERAÇÃO CONTENÇÃO
Congresso em Foco
18/11/2025 11:53
O governo do Rio de Janeiro admitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que metade das câmeras corporais usadas na Operação Contenção, ação policial que deixou 121 mortos no Complexo da Penha em 28 de outubro, não funcionou. Em documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (17), o governador Cláudio Castro afirmou que 60 policiais civis e militares utilizaram equipamentos, mas 30 câmeras ficaram inoperantes por falhas técnicas. Um relatório interno da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil amplia a dimensão do problema: dos 128 agentes da unidade de elite mobilizados, apenas 57 atuaram com câmeras ligadas.
O relatório entregue ao STF detalha que ao menos 32 câmeras ficaram presas nas docas - equipamentos de carregamento e armazenamento - por problemas técnicos. Segundo a Core, diversos policiais não conseguiram retirar as câmeras antes da ação, em meio à pressa e ao volume inédito de agentes destacados para a operação. Após acionar a empresa responsável, o grupo L8, a polícia constatou falha em uma das estações de carregamento. Mesmo assim, a corporação afirma que todas as imagens captadas foram classificadas como "EVIDÊNCIA", o que garante preservação contratual.
A empresa L8 Group, por sua vez, disse que análises preliminares indicam que as 100 câmeras da Core estavam aptas para uso, mas que investiga o que ocorreu no dia da operação. Dois agentes precisaram trocar de equipamento durante a ação.
Governo fala em "divisor de águas"
No mesmo ofício enviado ao Supremo, Cláudio Castro afirmou que todas as gravações disponíveis foram preservadas e que encaminhará, por VPN, os laudos necroscópicos das vítimas, por se tratar de material sensível. Em sua manifestação, o governo classificou a Operação Contenção como "um divisor de águas" no enfrentamento ao crime organizado e uma "política pública de defesa institucional".
Para o governo, a operação foi proporcional e baseada em investigação da Polícia Civil e do Ministério Público. O relatório enviado ao STF diz ainda que a ação simboliza "coragem", "responsabilidade estatal" e presença permanente do Estado - argumentos que têm sido questionados por entidades de direitos humanos e por órgãos de controle devido ao alto número de mortos.
Questionamentos sobre letalidade e irregularidades
A Operação Contenção, que mobilizou mais de 2.500 agentes de diferentes forças de segurança, tornou-se a mais letal da história recente do Rio. As falhas na utilização das câmeras corporais, considerada ferramenta central para transparência e controle de abusos - reforçaram dúvidas sobre a legalidade e a proporcionalidade do uso da força.
Em depoimento ao Ministério Público, o delegado Fabrício Oliveira, coordenador da Core, afirmou que menos da metade dos agentes usou câmeras e que a mobilização excepcional de efetivo contribuiu para falhas na rotina de retirada dos equipamentos.
O MP também informou a Moraes que há ao menos dois mortos com "lesões atípicas". Um deles apresentava sinais de tiro à curta distância. Outro, o jovem Yago Ravel Rodrigues Rosário, de 19 anos, foi encontrado decapitado, com a cabeça pendurada entre galhos de uma árvore - caso que levou o órgão a iniciar reconstruções 3D e análises adicionais.
Relator temporário da ADPF das Favelas (ADPF 635), Moraes determinou que o governo preserve integralmente as imagens das câmeras corporais e forneça a lista completa de policiais envolvidos na megaoperação. O ministro acompanha o caso em meio a questionamentos nacionais e internacionais sobre a atuação das forças de segurança do Rio.
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