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Entrevista
Congresso em Foco
25/11/2025 13:30
A deputada federal Soraya Santos (PL-RJ) afirmou, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, que a consolidação de políticas públicas eficazes no país depende da presença de mulheres em todos os espaços de poder. A parlamentar defendeu, ainda, que decisões estruturantes precisam contemplar mais de uma perspectiva.
Soraya destacou que, mesmo com avanços, mulheres ainda enfrentam barreiras para ocupar espaços estratégicos do Estado, o que afeta o desenho das políticas públicas. "Você se forma, não consegue ainda estar nos espaços de poder, são lutas ainda permanentes", afirmou a parlamentar. Para ela, ampliar essa presença é parte da solução.
"Você precisa ter mulher no Legislativo em todas as instâncias, porque a política é decisiva e indutora de mudanças. Você precisa de mulheres no Judiciário, porque a Casa da Justiça também tem de ter justiça em casa."
Avanços
A deputada argumentou que os avanços recentes só ocorreram porque mulheres passaram a ocupar posições que antes lhes eram negadas, o que confirma sua avaliação de que decisões equilibradas dependem da presença feminina em postos estratégicos. Como exemplo, ela mencionou a mudança na estrutura das Forças Armadas.
"Até 2017, as mulheres não faziam parte das Forças Armadas no alto escalão. Oito anos depois, a gente já tem lá turmas de meninas pilotos de caça. Nós temos cinco almirantes da Marinha, sendo que a segunda é uma engenheira na área de inteligência."
Segundo Soraya, ajustes na legislação também se tornaram necessários para garantir autonomia e igualdade no exercício profissional. Um dos marcos lembrados por ela nessa evolução foi a revisão da regra de amamentação.
"A mulher tinha 30 minutos para amamentar. Vamos imaginar que ela morasse em Sobradinho e trabalhasse aqui [Plano Piloto]. Como é que ela vai em meia hora e volta? Então a gente botou na lei assim: ela tem um somatório do dia, uma hora. E é ela que decide com o patrão se quer chegar uma hora depois, sair uma hora mais cedo ou ir em casa."
Violência persistente e o papel do Estado
Além de mudanças na estrutura de trabalho e participação institucional, Soraya afirmou que o avanço da presença feminina também se refletiu na forma como o país passou a olhar para a violência extrema contra mulheres, tema que historicamente ficava invisível nas estatísticas e nas políticas públicas.
"Os casos eram tão gritantes que em 2022 nós tivemos que trazer o feminicídio para um tipo penal."
Soraya afirmou que casos de feminicídio podem ser identificados com antecedência e prevenidos.
"Duas coisas você pode prever nesse país como política pública: o nascimento de uma criança e feminicídio, porque ele vai dando sinais."
Ela defendeu mudança cultural e engajamento social no enfrentamento.
"Briga de marido e mulher a gente coloca a colher em cima. A gente pode denunciar 190, não precisa se identificar."
Ao concluir, a deputada reforçou que aumentar a participação feminina nas decisões do Estado não é uma reivindicação setorial, mas parte de um projeto nacional.
"Isso não é um direito da mulher. Isso é uma necessidade do país, se ele quiser realmente um país justo e igualitário", defendeu a parlamentar.
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