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Eleições 2022
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Júlia Schiaffarino
7/4/2022 | Atualizado às 10:38
O caminhoneiro Efraim Tinoco defende que as candidaturas não estejam atreladas a Lula nem a Bolsonaro. Foto: arquivo pessoal[/caption]
"A categoria está rachada em relação ao apoio ao governo Bolsonaro, mas a aversão ao PT também é grande, tanto que quando conversei com o pessoal muitos disseram para procurar qualquer partido menos o PT. No PSD a gente deixou claro que não vai defender candidato a presidente A ou B. O que a gente menos quer é entrar na polarização de Lula e Bolsonaro porque se a gente levar isso vai dar errado justamente pelo racha da categoria", disse o caminhoneiro.
Ele explica que, apesar disso, chegou a abrir conversa com o PT, mas não houve avanço.
Outro caminho ventilado pelo grupo foi o União Brasil, devido à fusão com o antigo PSL. "Eles queriam que a gente abraçasse pautas deles. Kassab surgiu aos 45 do segundo tempo", brincou.
A batida de martelo sobre as filiações e pré-candidaturas ocorreu na sexta-feira (1) e teve como principal articulador o presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros no Congresso, deputado Nereu Crispim, que trocou o União Brasil - atual partido de Sergio Moro - também pelo PSD.
"O PSD é um partido de centro que cresceu com vários deputados e senadores distintos e a galera se identificou porque a pauta dos caminhoneiros é mais apartidária e não ideológica", reconheceu Crispim.
Apesar de presidir a Frente, Crispim reconhece a falta de representatividade da categoria na Casa. Atualmente, nenhum parlamentar eleito é caminhoneiro, ainda que tenham ganhado visibilidade eventual por pautas ligadas ao setor como é o caso de André Janones (Avante-MG), advogado eleito deputado federal em 2018 após se apresentar como porta-voz das demandas da classe, mesmo sem nunca ter atuado no setor.
Greve dos caminhoneiros em 2018 paralisou estradas em todo o Brasil. Foto: Agência Brasil[/caption]
Em uma nota pública fechada após a reunião do grupo de caminhoneiros em setembro do ano passado, quando ficou definida as pautas que seriam defendidas por eventuais candidatos, foram listados, dentre outros, o piso mínimo do frete, aposentaria especial com 25 anos de contribuição ao INSS, INSS pago pelo caminhoneiro e, a mais polêmica delas, a derrubada do PPI, a política de preços da Petrobrás.
"As candidaturas resgatam as pautas que a categoria lutou em 2018. Nós vimos que lá nós ganhamos na pista, mas depois perdemos na caneta", falou Tinoco Caminhoneiro.
Em maio de 2018, ano eleitoral, o Brasil vivenciou a crise do Diesel, uma paralisação nacional de caminhoneiros - em sua maioria autônomos - que durou oficialmente nove dias. Houve desabastecimentos de mantimentos e combustível em praticamente todos os estados e o Exército e a Polícia Rodoviária Federal precisam intervir para desbloquear as estradas. A queixa era contra os sucessivos aumentos nos preços de combustíveis.
Após a Operação Lava Jato, durante a gestão Michel Temer (MDB), a Petrobrás mudou substancialmente as estratégias de mercado e houve a adoção do Preço por Paridade Internacional (PPI) ou a dolarização dos combustíveis. Na prática, o preço dos combustíveis vendido pelas refinarias às empresas fica atrelado às flutuações do dólar - cotação do barril de petróleo e câmbio, diminuindo a interferência do governo.
O assunto foi judicializado com o apoio da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros, enquanto o presidente Bolsonaro tenta contornar a situação e manter a base de apoio promovendo mudanças no comando da Petrobrás.
A cada insucesso, porém, seguido de um novo aumento de preço dos combustíveis, o fantasma de uma nova greve ressurge, sinalizando para o poder de pressão que essa categoria acumula.Tags
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