Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Militares, empresários e políticos conspiram para tirar Bolsonaro das ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Militares, empresários e políticos conspiram para tirar Bolsonaro das eleições

Congresso em Foco

24/6/2021 | Atualizado às 18:09

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Casamento desfeito: Hamilton Mourão tem cobrado atenção de Jair Bolsonaro [fotografo]Agência Brasil[/fotografo]

Casamento desfeito: Hamilton Mourão tem cobrado atenção de Jair Bolsonaro [fotografo]Agência Brasil[/fotografo]
A centro-direita e a direita não bolsonarista descobriram como conquistar o governo em 2022 e já começaram a trabalhar, nos bastidores, para viabilizar seu plano: o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As articulações, ainda iniciais, envolvem empresários, militares e alguns poucos políticos com mandato. Estão, como é natural, sendo mantidas em sigilo, mas têm sido emitidos alguns sinais de que afastar Bolsonaro da presidência é o objetivo. O que move os articuladores do impeachment é, sobretudo - mas não exclusivamente - impedir que o ex-presidente Lula vença as eleições em 2022 e o PT e a esquerda retomem o governo. A avaliação que fazem é de que haverá uma indesejável polarização entre Bolsonaro e Lula, com poucas chances para um candidato da centro-direita que sequer existe. Essa polarização envolve, segundo os conspiradores, três riscos: o primeiro, é o de Lula ganhar, por eles considerada a hipótese mais provável e temida; o segundo, é o de Bolsonaro vencer e se sentir fortalecido para assumir mais poderes e criar um quadro de imprevisibilidades políticas e econômicas que não desejam; o terceiro, é Bolsonaro, ainda comandante-em-chefe, executar seu plano de resistir à vitória de Lula, apoiando-se em policiais e milicianos, e promover um confronto que levará ao caos social, para obrigar as forças armadas a intervirem. Esse grupo não quer a vitória de Lula nem a permanência de Bolsonaro depois de 2022 e, muito menos, uma intervenção das forças armadas, seja para favorecer os projetos golpistas e autoritários do atual presidente ou para assegurar a posse do ex-presidente. O caos desejado por Bolsonaro não interessa aos empresários que aspiram pela retomada da economia e de seus negócios, e que não acreditam mais nos projetos liberais prometidos em 2018. E militares não bolsonaristas querem tirar as forças armadas do pântano em que foram jogadas e não gostam de ver milicianos e policiais, militares ou civis, todos armados, ganhando proeminência. Sem possibilidade de voltar a impedir a candidatura de Lula, como em 2018, o jeito, raciocinam militares, empresários e políticos, é impedir a candidatura de Bolsonaro. Sem a polarização, o embate eleitoral se dará entre Lula e um candidato da centro-direita, que terá mais possibilidades de vitória, acreditam, devido à persistência da rejeição contra a esquerda e o PT e ao conservadorismo da maioria dos eleitores. Derrubar Bolsonaro passou a ser o caminho para manter a direita no governo. O impeachment é tido como o caminho mais viável, já que a possibilidade de renúncia é muito pequena - embora não descartada totalmente, se as pressões aumentarem. Há quem admita a possibilidade de isso acontecer se for acenado para Bolsonaro, em última instância, um acordo que envolva a proteção dele e da família contra processos judiciais e a não cassação dos mandatos dos filhos. O trabalho da CPI da pandemia, no Senado, é considerado fundamental pelos conspiradores. Além de mostrar com clareza a responsabilidade de Bolsonaro pela tragédia de mais de 500 mil mortos e suas consequências sociais e econômicas, a CPI está no caminho de comprovar fatos que caracterizam corrupção, na compra de vacinas e na promoção da cloroquina. O desgaste do presidente ajudará o impeachment. Os sinais Conspirações, é claro, são mantidas em segredo. E serão negadas, assim como o então vice-presidente Michel Temer e seus aliados mais próximos negavam categoricamente estarem conspirando para derrubar a presidente Dilma Rousseff, e isso bem antes de Eduardo Cunha aceitar um pedido de impeachment. O vice-presidente Hamilton Mourão não participa das conversas, para não ser associado ao traidor Temer. Mas recebe informações e sabe o que está acontecendo. Ao aceitar dar uma entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, Mourão emitiu sinais importantes: o primeiro foi dar uma entrevista em estúdio quando Bolsonaro está sendo acuado por vários lados e está claro que o vice-presidente está alijado das decisões; o segundo foi dar a entrevista à GloboNews poucos dias depois de Bolsonaro desancar raivosa e publicamente o grupo Globo. Houve sinais também no conteúdo da entrevista, embora Mourão, demonstrando suas habilidades políticas, tenha procurado não criticar diretamente Bolsonaro e o governo. Mas, além de reconhecer que não é ouvido, Mourão frisou o respeito dos militares à Constituição e atingiu Bolsonaro ao dizer que o maior erro do governo diante da pandemia foi não comunicar corretamente quanto às medidas de proteção e à vacinação - quando Bolsonaro sabotou essas medidas e não queria a vacina. E, embora não precisasse, Mourão frisou que é de direita e conservador, sem ignorar a modernidade. A própria Globo tem dado sinais de que o projeto de impeachment avança, ao radicalizar sua oposição a Bolsonaro no editorial lido no Jornal Nacional de segunda-feira por William Bonner. No jornal impresso, Merval Pereira, em seu artigo no domingo, fala claramente em impeachment: "... as ruas estão advertindo o presidente da Câmara, Arthur Lira, de que não há mais tempo a ganhar à espera de uma melhora econômica, que não recuperará nossos mortos". Na terça-feira, Arthur Lira, bolsonarista assumido, criticou a CPI da Pandemia e negou que possa autorizar a abertura do processo de impeachment. Mas Lira sabe que pode ter de mudar de posição e deixou uma fresta aberta: "O impeachment é feito com circunstâncias", disse. As circunstâncias de Lira podem vir sob a forma de pressão de quem realmente manda nele e no Congresso, ou seja, os empresários que financiam eleições, dão sustentação financeira a parlamentares e pagam para seus interesses serem atendidos na Câmara e no Senado. E se essa pressão vir com apoio de militares graduados, torna-se irresistível, ainda mais por quem, como Lira, tem um passado sujo, um presente de negociatas e se vende a quem pagar mais. Não é acidental também que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, esteja sendo convencido a sair do muro em que subiu desde o início da pandemia e articule rapidamente com os conselheiros federais a apresentação de um pedido de impeachment. A OAB tem grande peso político e na sociedade civil e um pedido de impeachment formulado por ela é considerado o ideal para forçar a abertura do processo. Além disso, mais de 20 entidades, entre elas a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) estão prestes a apresentar outro pedido. Há tempo, sim Um processo de impeachment é demorado, mas não tanto como pensam muitos que acham inviável conclui-lo bem antes das eleições. Quando os parlamentares querem, anda rápido. Se os ministros do Supremo Tribuno Federal ajudarem, será mais rápido ainda. A OAB e a ABI pediram o impeachment de Fernando Collor em 1º de setembro de 1992, no dia 2 de outubro ele foi afastado do cargo pelo Senado e no dia 30 de dezembro já estava sem o mandato. O impeachment de Dilma Rousseff demorou mais porque houve muitos recursos ao Supremo Tribunal Federal, mas entre a decisão da comissão especial na Câmara, em 11 de abril de 2016, e o afastamento provisório do cargo, em 12 de maio, foram apenas trinta dias. O processo terminou em 31 de agosto. O que interessa mais para quem quer o impeachment é a decisão favorável dos deputados e a aceitação do processo pelo Senado, o que provoca o afastamento temporário do presidente. Isso pode ser feito, se quiserem, em menos de dois meses. O vice-presidente assume, como fizeram Itamar Franco e Michel Temer, e montam seus governos com base nos acertos e compromissos feitos para garantir o afastamento do presidente. A maioria que hoje poderia impedir a cassação de Bolsonaro se dissolverá rapidamente quando começarem os acordos políticos e o caixa dos empresários se abrir. Afinal, sabe-se que os parlamentares do chamado Centrão não se vendem, eles se alugam a quem pagar mais. Mesmo os representantes do agronegócio, hoje fieis a Bolsonaro, poderão aderir ao impeachment se entenderem que será melhor para seus lucros. A aprovação do impeachment reunirá, assim - nas contas de seus articuladores -os parlamentares interessados na vitória de um candidato de centro-direita em 2022 e os deputados e senadores da esquerda que não terão como não apoiar a cassação de Bolsonaro, mesmo sabendo que o objetivo final é impedir a vitória de Lula e da esquerda. Afinal, a esquerda sempre pregou o impeachment e suas manifestações de rua colaborarão para sua aprovação. Os parlamentares do Centrão e demais governistas aderirão por gravidade e interesse. Bolsonaro e os benefícios que recebem de seu governo serão o passado, Mourão será a perspectiva futura. 2022    Quando Michel Temer assumiu a presidência, o plano era se candidatar à reeleição, mas vários fatores, entre eles o envolvimento com Joesley Batista, inviabilizaram o projeto. O general Mourão assumirá em meio a um grande acordo político com a direita, e é provável que se as circunstâncias forem favoráveis seja o candidato contra Lula. Não é nada difícil fazer um bom governo, na perspectiva dos eleitores, depois de Bolsonaro. As circunstâncias podem não colaborar, como aconteceu com Temer, e nesse caso os partidos de centro-direita e de direita poderão apresentar um ou mais candidatos, talvez os que já têm sido apresentados, com melhores possibilidades de derrotar Lula e a esquerda. Esse é o plano, que pode dar certo ou não. Acuado e sob pressão, Bolsonaro não confia em boa parte dos militares que o cercam, como mostrou o jornalista Luís Costa Pinto, e teme que seja derrubado agora ou perca a eleição. Está nervoso e irritadiço. Se o processo de impeachment for aberto, mobilizará seus seguidores para resistir, mas se não sentir que tem o apoio das forças armadas sabe que apenas complicará o quadro e aumentará sua queda. O impeachment pode não acontecer, e se acontecer não garantirá a vitória eleitoral de Mourão ou outro candidato da direita em 2022. Mas o plano é esse. A visão do Congresso em Foco sobre o impeachment de Jair Bolsonaro Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.  
JUNTE-SE A NÓS
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Congresso Lula impeachment PT Dilma Rousseff Eduardo Cunha direita Jair Bolsonaro Michel Temer Globo merval pereira empresários OAB constituição Forças Armadas william bonner Globonews Roberto d'Ávila mercado militares ABI arthur lira eleições 2018 centro-direita hamilton mourão bolsonaristas Felipe Santa Cruz CPI da covid Luis Costa Pinto

Temas

Governo País Congresso

LEIA MAIS

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

Propostas legislativas

Mês do Orgulho: veja projetos em prol da comunidade LGBTQIAPN+

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Prisão à vista

PF descobre localização de Carla Zambelli na Itália

2

RETRATAÇÃO

Ex-ministro da Defesa pede perdão ao advogado após depoimento no STF

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Prefeito de BH mostra bunker e relata tensão em Israel: "Só em filme"

4

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

5

DEPUTADA FORAGIDA

Oposição italiana acusa governo de Giorgia Meloni de proteger Zambelli

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES