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Senna morreu. E o PT mudou

Congresso em Foco

12/7/2005 18:53

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Edson Sardinha


A curva que desafiou o maior ídolo brasileiro da Fórmula-1 roubou a manchete dos jornais que Luiz Inácio Lula da Silva imaginara para o dia seguinte naquele primeiro domingo de maio de 1994. O anúncio da vitória da ala moderada do PT sobre os chamados radicais na definição do programa de governo do partido seria mesmo relegado ao rodapé da primeira página dos diários. Em alguns, nem isso.

No dia em que Ayrton Senna parou no muro de proteção da curva Tamburello, em Ímola, na Itália, o PT anunciava ao país a disposição de dar uma guinada no programa de governo para acelerar a chegada ao poder. O traçado, que amanhã completa dez anos, não penderia para a direita, nem para a esquerda, mas para o centro.

Naquele domingo, Lula poderia ver no papel aquilo que negociara com a chamada ala radical do partido nos dois dias anteriores, durante o 9º Encontro Nacional do PT, realizado no Congresso Nacional. As comemorações do Dia do Trabalho marcariam, além do fim da convenção, o lançamento da candidatura de Lula à presidência da República. A morte do piloto acabou adiando a festa.

De qualquer forma, Lula tinha motivos para comemorar. Afinal, conseguira excluir da proposta de programa de governo itens polêmicos, como a moratória da dívida externa, a legalização do aborto e o bloqueio sobre os lucros originários de grandes aplicações financeiras.

A mudança de rumo, porém, ainda é contestada dentro do partido. "O Senna parou de acelerar e nós passamos ali a acelerar numa curva bastante acentuada para a direita até hoje", compara o deputado Chico Alencar (PT-RJ), na época vereador no Rio de Janeiro.

Na avaliação do próprio Lula, a adoção de posições de difícil consenso, como aquelas, teriam contribuído para a derrapagem de sua candidatura nas últimas voltas da corrida presidencial quatro anos antes. Em 1989, o partido encarnara diante do empresariado o papel de vilão da estabilidade do sistema financeiro.

"Depois da derrota para Collor, a direção do partido entendeu que era preciso adoçar o discurso e ampliar as alianças. Em 94 não conseguiram compor com outros partidos, mas começou ali um processo de diálogo com o sistema", avalia a deputada Luciana Genro (sem partido-RS), expulsa do PT no ano passado.

Na negociação com os "radicais", os "moderados" liderados por Lula e José Dirceu conseguiram reduzir a suspensão dos pagamentos da dívida a uma possibilidade remota (somente em caso de intransigência por parte dos credores) e esvaziar a proposta de legalização do aborto. O tema foi incluído no programa como um direito de saúde pública, mas apenas para o atendimento dos casos legais.

"Aquele momento tornou público o processo de discussão interna do partido, que passou a se guiar menos por posições ideológicas e mais por uma visão pragmática", diz o deputado Luciano Zica (PT-SP), na época vereador em Campinas.

O partido assumia oficialmente, ainda que de forma tímida, o discurso da negociação com os credores, conforme revela o pronunciamento do então deputado José Dirceu (PT-SP) , reproduzido nos principais jornais no dia 2 de maio de 1994. "A dívida externa é impagável e imoral e precisa ser desmascarada. Mas o que está em jogo é a forma como o governo irá contestá-la. Lula chegará ao poder através de uma revolução cultural e mobilizará a Nação para desmascarar a dívida".

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