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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Glauco Humai
19/12/2018 7:30
"Contexto fica ainda mais desanimador quando nos deparamos com esse debate no mês em que se completam 30 anos do assassinato de Chico Mendes" - Foto: Comitê Chico Mendes[/caption]
Para especialistas, a decisão enfraquece o protagonismo do Brasil na redução de emissão de dióxido de carbono na atmosfera e foi mal recebida na COP-24, encerrada no sábado, 15 de dezembro.
Durante o encontro, realizado em Katowice, Polônia, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que o país antecipou o cumprimento da meta e atingiu o resultado esperado para 2020 - entre julho de 2017 e agosto de 2018, o Brasil registrou a absorção de 1,28 bilhão de toneladas de gases causadores do efeito estufa, superando a meta de reduzir em 38% as emissões. É triste imaginar que essa boa notícia possa virar água em pouco tempo.
Os 197 países da COP-24 aprovaram o chamado "livro de regras" para garantir o cumprimento do Acordo de Paris, de 2015. O resultado final foi considerado aquém do esperado por ambientalistas, mas o acordo possível diante da posição mais dura de países fundamentais para o processo, como Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Kuwait.
Eles se negaram a aceitar as conclusões do Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em outubro, que considera mais seguro trabalhar com a meta de limitar o aumento de temperatura global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, e não mais 2°C, como vinha sendo considerado e acabou fixado no documento final da COP-24.
O relatório alerta para "consequências devastadoras" do aquecimento, inclusive com impactos sobre o crescimento econômico, o que não deixa de ser um paradoxo, uma vez que os críticos à tese do aquecimento usam como argumento exatamente o contrário - ou seja, acusam ambientalistas de ameaçar o crescimento econômico.
Não se pode considerar mera coincidência o fato de os países refratários ao alerta do IPCC figurarem entre os principais produtores de petróleo do mundo, sendo também consumidores e, portanto, ao mesmo tempo beneficiários econômicos da exploração do petróleo e grandes emissores de dióxido de carbono na atmosfera.
No fundo, a ganância econômica permanece ditando as regras e o futuro do planeta, cada vez mais ameaçado pela mesma humanidade que dele depende. No entanto, a esperança deve estar sempre ativa, ainda mais às vésperas da virada de ano, quando a energia se renova.
Se a inteligência humana foi capaz de transformar as riquezas naturais em tudo o que conhecemos hoje, será capaz também de recuar, refletir e recalcular a rota em direção a um futuro em que o ser humano possa viver melhor, com justiça social, distribuição de riquezas e crescimento para todos. Se cada um fizer a sua parte sem cobiçar a parte do outro, tudo será mais fácil.
Afinal, o resultado coletivo é sempre a soma de ações individuais. Nas palavras de Chico Mendes: "No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras. Depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade".
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