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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Tom Barros
27/6/2018 | Atualizado às 19:43
<< Ideologização da vida I: a ordem por detrás do caosÉ possível vislumbrar as dificuldades políticas que a exacerbação dos posicionamentos ideológicos pode causar. A política é o espaço do consenso, da deliberação pactuada do uso de recursos e potencialidades de uma sociedade. A vida social imprescinde do diálogo para equilibrar interesses conflitantes.
 A premissa de que a constituição de um sistema democrático depende exclusivamente da vontade popular, sem considerar assimetrias informacionais, enclaves de poder e a influência de grupos privilegiados, definitivamente não se expressa na realidade brasileira.
Como dizia há algumas semanas, líderes populistas adoram o inimigo comum. Esforçam-se em identificar o que pode causar esse efeito irrefletido de repulsa entre seus seguidores. O que poderia estar mais a mão que uma boa e velha ideologia, apartando de modo irreconciliável aqueles que somente juntos poderiam construir as soluções necessárias?
Fingindo-se democratas mas nunca atuando democraticamente, populistas utilizam desse lastro ideológico para validar sua manutenção no centro da vida pública. A saudável sucessão em todas as esferas de poder perde espaço ante a esse apoio imenso e maciço, quase automático, travestido de reflexão sofisticada.
As ideologias têm, portanto, contribuído muito para conduzir esse simulacro, dando ares de democracia e erudição ao que é apenas preguiça e desonestidade intelectual, por parte de indivíduos, e desejos totalitários de pseudolíderes. Em regra, ecoa apenas o que se grita mais alto. O império da opinião acaba por suprimir o livre existir da verdade factual. Impressões substituem evidências no conjunto de valores.
Com tudo isso, não é de se estranhar o "descolamento" das possibilidades desse sistema, que a sociedade brasileira atualmente evidencia quando confrontada com a questão da representatividade das suas lideranças.
 
A premissa de que a constituição de um sistema democrático depende exclusivamente da vontade popular, sem considerar assimetrias informacionais, enclaves de poder e a influência de grupos privilegiados, definitivamente não se expressa na realidade brasileira.
Como dizia há algumas semanas, líderes populistas adoram o inimigo comum. Esforçam-se em identificar o que pode causar esse efeito irrefletido de repulsa entre seus seguidores. O que poderia estar mais a mão que uma boa e velha ideologia, apartando de modo irreconciliável aqueles que somente juntos poderiam construir as soluções necessárias?
Fingindo-se democratas mas nunca atuando democraticamente, populistas utilizam desse lastro ideológico para validar sua manutenção no centro da vida pública. A saudável sucessão em todas as esferas de poder perde espaço ante a esse apoio imenso e maciço, quase automático, travestido de reflexão sofisticada.
As ideologias têm, portanto, contribuído muito para conduzir esse simulacro, dando ares de democracia e erudição ao que é apenas preguiça e desonestidade intelectual, por parte de indivíduos, e desejos totalitários de pseudolíderes. Em regra, ecoa apenas o que se grita mais alto. O império da opinião acaba por suprimir o livre existir da verdade factual. Impressões substituem evidências no conjunto de valores.
Com tudo isso, não é de se estranhar o "descolamento" das possibilidades desse sistema, que a sociedade brasileira atualmente evidencia quando confrontada com a questão da representatividade das suas lideranças.
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Rudinei Marques, muito perspicaz, me alertou sobre possível engano no artigo da semana passada. Falando de Platão, lhe pareceu que afirmava que as sombras que tomavam o lugar dos objetos, como no mito da caverna, eram as ideias, ficando a realidade como o que permanecia escondido. Minha metáfora à analogia platônica é que a realidade é aquilo que não é possível reconhecer, invisível sob o manto das ideologias.***
Esses são dias de torcer pelo país. É possível haver paz. Só precisamos dos motivos certos. Vai, Brasil!Do mesmo autor: << Populismo sem povo I: espiral populista, eleições e educação << Populismo sem povo II: nojo e descaso das elites brasileiras
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