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Congresso em Foco
21/1/2008 | Atualizado às 19:44
Depois de semanas de indecisão em relação ao nome do PMDB para o cargo, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) tomou posse hoje (21) como ministro de Minas e Energia, em solenidade encerrada agora há pouco no Palácio do Planalto. Afilhado político do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), Lobão assume o comando do Ministério em um momento em que rumores de crise no setor elétrico e denúncias contra seu filho e primeiro suplente, Edison Lobão Filho (DEM-MA), ameaçam sua tranqüilidade à frente da pasta.
A solenidade de posse começou, pontualmente, às 16h30, e durou menos de 20 minutos (justamente o tempo do discurso protocolar do presidente Lula). “O senador Lobão toma posse num dia que eu diria especial para o setor elétrico, num momento em que notícias falam de um risco de apagão elétrico no país”, ensejou Lula, em seu discurso. Em seguida, o presidente enumerou alguns “avanços” do país no setor, e, criticando veladamente a postura “pessimista” da oposição, desferiu: “Ou não querem que as coisas aconteçam no país ou querem contribuir com o aumento na energia. O trabalho do governo não é brigar com as especulações. É fazer obras, trabalhar”, alfinetou Lula.
“Estou convencido de que você exercerá sua pasta com a mesma competência da sua carreira política. Com sua experiência política, você saberá detectar, dentro do setor, a chamada inteligência viva do país”, congratulou Lula, para depois desejar “boa sorte” ao “querido” senador. Por sua vez, Lobão, que ouvia calma a atentamente as palavras de Lula, não discursou e, após receber os cumprimentos das autoridades, seguiu para a cerimônia de transmissão de cargo no Ministério de Minas e Energia.
Sem perfil técnico para o cargo – o que, em sua opinião, não significa falta de aptidão para assumi-lo –, Lobão anunciou com otimismo o convite do presidente Lula na última quinta-feira (17), alegando que o Ministério é historicamente comandado por políticos e dizendo não acreditar no risco de apagão. O novo ministro disse também ter recebido “carta branca” do presidente Lula para promover as alterações que desejar na equipe do Ministério, mas que não faria mudanças de forma precipitada ou aleatória (leia).
Lobão entra no lugar de Silas Rondeau, que pediu demissão em maio de 2007 ao ver seu nome envolvido com a empreiteira Gautama, pivô da máfia das obras públicas, desbaratada pela Polícia Federal. Ao final do discurso, Lula agradeceu ao “empenho” do secretário executivo do Ministério, Nelson Hubner, que estava interinamente no comando da pasta, dizendo para ele aproveitar as "merecidas" férias (Hubner ficará um mês de férias antes de assumir nova função no governo).
Participaram da cerimônia de posse, entre senadores, deputados e outras autoridades, os ministros Tarso Genro (Justiça); José Múcio (Relações Institucionais), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional); Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência); além de governadores como Jackson Lago (PDT), do Maranhão; Teotônio Vilela Filho (PSDB), de Alagoas; e José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima.
"Sem apagão ou racionamento"
Ao término da nomeação no Planalto, Lobão deu algumas declarações à imprensa. Sem parar de andar - no que era imitado por jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos -, o novo ministro repetiu o credo que vem utilizando nos últimos dias. "Não haverá nenhum apagão, nem sequer racionamento de energia. O povo brasileiro pode ficar certo de que estamos tomando todas as providências, os ministros anteriores também já o fizeram. Não passamos pela perspectiva de apagão ou racionamento", garantiu o ministro.
Apressado (seguiria para a transmissão de cargo, em seu novo local de trabalho), Edison Lobão reafirmou que recebeu liberdade do presidente para promover as mudanças que julgar convenientes. "Não é um ministério de porteiras fechadas. O Ministério das Minas e Energia será dirigido por um representante do PMDB, e haverá indicações para alguns postos, que serão feitas também pelo PMDB", declarou. "Mas nenhum ministério tem porteiras fechadas."
Questionado pela reportagem quais sobre quais seriam suas prioridades à frente da pasta, Lobão não entrou em detalhes. "A prioridade será exatamente lidar com estes problemas que estão, a cada momento, presentes na vida do Ministério", tergiversou.
Sobre uma eventual mudança na equipe do Ministério, Lobão voltou a negar que esteja sofrendo pressões. "Não recebi nenhuma resistência, até agora, de ninguém. Ninguém me fez, até agora, indicações, nem me pediu para não tirar quem quer que seja", ponderou.
Diante da informação de que o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), confirmou que o partido teve de aceitar a indicação da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para o comando da Eletrosul (Centrais Elétricas S.A.), Lobão manteve a diplomacia, mas com os primeiros arroubos de autoridade que o cargo ora lhe confere. "Os partidos vão conversar entre eles e, depois, conversarão comigo. As decisões partirão a partir (sic) dessa conversa comigo", avisou, para depois contemporizar. "Não terei nenhuma dificuldade em lidar com representantes do PMDB, do Ministério, do PT, de outros partidos da base aliada."
Lacônico, Valdir Raupp disse ao Congresso em Foco que a preferência do PT na indicação para o comando da Eletrosul não desagradou a Lobão. "Não, de forma alguma", abreviou o senador, ressalvando que o ministro ainda não participou das negociações. "São indicações políticas, e isso vai ser levado para ele amanhã, pela manhã."
Em seguida, Raupp deu mais detalhes sobre os planos para os órgãos ligados ao Ministério. "A Eletrobrás [Centrais Elétricas Brasileiras S.A.] fica com o PMDB, mas ainda não tem um cargo [de diretoria, reservado ao partido]", adiantou.
Solidez
Antes do início da cerimônia, o presidente Lula falou rapidamente com a imprensa. Bem-humorado, minimizou o "pessimismo" de oposicionistas, que, segundo ele, usam todo e qualquer pretexto para pregar o "fim do mundo". Sobre Lobão, entretanto,
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