Veja
Autópsia da corrupção
Maurício Marinho, diretor dos Correios, foi filmado recebendo propina e narrando como funcionava o esquema de corrupção na estatal. O caso detonou o escândalo do mensalão, que levou o Supremo Tribunal a processar quarenta pessoas. A Polícia Federal investigou e concluiu que o fisiologismo está disseminado em todas as áreas do governo. Os partidos usam os cargos públicos para desviar dinheiro e abastecer campanhas eleitorais.
O PMDB aumenta seu espaço na gestão Lula
O governo dá sinal verde para o loteamento de cargos e cede ainda mais espaço ao PMDB. Partido já ocupa seis ministérios – Agricultura, Defesa, Integração Nacional, Saúde, Comunicações e Minas e Energia – e detém oito dos 50 cargos mais disputados da administração federal. Entre eles a presidência e a diretoria comercial dos Correios; a presidência da Eletronorte e de Furnas; e a vice-presidência de governo do Banco do Brasil.
Roberto Teixeira envolvido em falência fraudulenta
O caso de falência de uma pequena construtora paulista ameaça manchar a reputação do advogado Roberto Teixeira, compadre e melhor amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No processo, que corre na 2ª Vara de Falências de São Paulo, os sócios da FGS Engenharia e Construções Ltda. acusam Roberto Teixeira de ter-se apropriado ilegalmente do patrimônio imobiliário da empreiteira. Segundo eles, Teixeira se aproveitou de sua condição de advogado da FGS para desviar os bens da construtora para outra empresa, a Triza Consultoria e Empreendimentos Imobiliários Ltda. Hoje, a Triza pertence às duas filhas de Teixeira, Valeska e Larissa, e é presidida por sua mulher, Elvira.
Volatilidade e medo da recessão
Em um cenário positivo, a crise resultaria no amadurecimento das economias emergentes, em especial Brasil, Rússia, Índia e China, que já teriam criado uma base sólida o bastante para não se deixarem arrastar para o fosso de uma eventual recessão nos Estados Unidos, donos de um quarto do PIB global. Em um cenário negativo,uma recessão profunda e prolongada na locomotiva americana traria conseqüências globais adversas, que poderiam variar de uma economia mundial retraída à volta do dragão inflacionário. Muitos países seriam arrastados.
Carta Capital
Menos indefesos
Quem acompanha as sucessivas crises financeiras, especialmente de meados dos anos 90 para cá, tem motivos suficientes para ficar escaldado quando autoridades vêm a público dizer que o Brasil está sólido e imune a turbulências. Desta vez, para alívio do governo Lula, há sinais de que o País se encontra em uma situação menos grave para atravessar a tempestade. Se a economia global não entrar numa espiral perversa por falta de confiança no sistema, é possível que os efeitos sobre a economia real brasileira sejam quase imperceptíveis. É certo que a economia não crescerá os 5,5% previstos pelo BNDES neste ano. As instituições financeiras prevêem aumento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), mas tudo dependerá da evolução americana. Na pior das hipóteses, em uma catástrofe mesmo, seriam apenas 2,5%, pelo efeito estatístico dos investimentos e do aumento do crédito verificados em 2007. Não se detecta fuga desenfreada de investidores estrangeiros, mas deve haver um déficit manejável das contas externas brasileiras neste ano, em torno de 5 bilhões de dólares. Do lado positivo, para agüentar o tranco, o País detém reservas internacionais fortes, de 185 bilhões de dólares. Só para comparar, em dezembro de 1998, quando eclodia a crise asiática, havia cerca de 35 bilhões de dólares. O governo toca o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e, se o dólar avançar um pouco, pode ser um mal que vem para o bem, para que as exportações domésticas se sofistiquem e não sejam centradas em commodities. Um fato inegável: o conservadorismo na política monetária tende a se fortalecer.
Por que não anda?
Entraves como a postura do Judiciário e a defasagem dos índices de produtividade agrícola dificultam a reforma agrária.
Época
A crise aérea não terminou
Documentos inéditos da Aeronáutica obtidos pela reportagem de
Época revelam situações de alto risco de acidentes no espaço aéreo brasileiro. Duas tragédias – com 353 mortes – não foram suficientes para fazer o governo tomar as medidas para deter o caos?
O problema do amigo de Ciro
Apesar de ter um padrinho forte – o deputado federal e presidenciável Ciro Gomes –, o engenheiro Victor Samuel da Ponte foi demitido do Banco do Nordeste. No ano passado, Época revelou que ele autorizou a redução da dívida da empresa Frutan de R$ 65 para R$ 6,6 milhões.
O vírus do pânico
Até agora, foram confirmados 19 casos de febre amarela e dez mortes pela doença. É inegável que existe um problema de saúde pública que deve ser resolvido. Mas também está claro que a população superestimou o risco de uma epidemia. Do medo e da desinformação surgiram as filas para tomar vacina e os casos de superdosagem.
"O presidente pediu, eu fico"
O ministro da Cultura Gilberto Gil explica que decidiu manter-se no cargo depois de anunciar sua saída para atender a um pedido do presidente Lula. Em entrevista, Gil também comenta sua atuação à frente do Ministério e nega acusações de que recebe cachê de artista em viagens ministeriais.
Operação Bambolê
Um brinquedo dos anos 60 vira símbolo dos favores e dos cargos que Lula tem de entregar ao PMDB em troca do apoio do partido no Congresso.
A fragilidade do homem
O caso de Nenê Hilário, jogador que sobreviveu a um câncer de testículo, chama a atenção para o preconceito e a vergonha que dificultam a prevenção de doenças que afetam exclusivamente os homens. Muitos casos de câncer no pênis, no testículo e na próstata poderiam ser curados se fossem detectados em estágio inicial.