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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Gilberto Vieira dos Santos
4/10/2017 18:08
[fotografo]Agência Brasil[/fotografo][/caption]
Deste aparente fuzuê o que se explicita, além dos acordos e o salva-vidas jogados pelos ruralistas à Temer - claro, não de graça - está o que de fato se configurou o Parecer: a aplicação, entre outros, do chamado marco temporal para os processos de demarcação de terras indígenas por todos os órgãos do poder público, como sinalizado por Heinze na postagem do dia 16 e em outra poucos dias antes da publicação do Perecer.
Com base neste marco, os indígenas só teriam direito às terras onde estivessem fisicamente em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição que reconheceu - sem datar - os mesmos direitos originários. Na prática, um parecer que legitima séculos de violência, esbulhos, assassinatos e expulsões de povos inteiros de seus territórios como evidenciou o Relatório Figueiredo e o Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, em 2014.
Embora estas expulsões e esbulhos pareçam coisa do passado, quando seguidos governos entregaram para seus amigos e amigos de seus amigos títulos das terras até então indígenas, a história parece ter sido "esticada" até nossos dias. Assim, vejamos o que ocorre neste momento no estado de Rondônia, onde, segundo o Ministério Público Federal, uma verdadeira organização criminosa vem invadindo e loteando a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau e a Terra Indígena Karipuna.
Comunidades impedidas de circular mesmo dentro de seu território, lideranças ameaçadas, madeiras exploradas e um déjà vu em um momento da história do país no qual aqueles que ilegitimamente alçam poderes buscam também leiloar direitos, no caso, os dos outros.
Uma excelente matéria e um vídeo nos dão a dimensão de mais este crime contra a natureza e contra os povos indígenas do Brasil, evidenciando que na verdade o Parecer da bancada-ruralista-AGU é a sinalização para os velhos invasores que suas práticas serão legitimadas.
Para não dizer que não falei das flores, há reações. Além das manifestações dos próprios indígenas contra o parecer, no dia 28 de setembro o Conselho Nacional de Direitos Humanos divulgou uma Nota de Repúdio ao Parecer 01 da AGU, afirmando que o mesmo viola os direitos dos povos indígenas por não considerar "o princípio do não retrocesso", além de violar tratados internacionais ratificados pelo Brasil.
Sobre violações em Rondônia leia e assista em: Povo Karipuna vive iminência de genocídio em Rondônia.
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