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Congresso em Foco
19/10/2016 | Atualizado às 18:41
[fotografo]Reprodução/TV[/fotografo][/caption]Como confiar, daqui em diante, de que teremos o devido compromisso e dedicação institucional e profissional por parte da Defensoria Pública, nestas ações contra o referido Governa-dor, se ela própria com a outra mão passa o pires nos recursos adicionais deste mesmo governador - fato que já sabíamos, e acompanhávamos com toda a preocupação; e agora resolve homenageá-lo formalmente, com o devido alarde e glamour no aniversário da sua primeira década de existência.
Para nós não resta alternativa se não retirar toda e qualquer das ações judiciais, indenizatórias e demais parcerias institucionais de nosso Movimento Independente com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
Com todo o respeito à atuação individual de alguns Defensores específicos, que sabemos, inclusive, não compactuar com tal posicionamento, os quais sempre respeitamos e seguiremos respeitando. Mas, de nossa parte, o posicionamento submisso e indecente até da DP-SP, inclusive do ponto de vista das suas atribuições constitutivas, institucionais e dos próprios processos jurídicos dos quais é parte ativa como Defesa constituída - EM CURSO, CONTRA A PARTE HOMENAGEADA, nos força a um posicionamento claro e contundente de rompimento total com esta instituição; de anulação da constituição da Defensoria Pública de São Paulo como nossa defesa advocatícia, por nós até aqui assim constituída; e o consequente repúdio a todos os Defensores que participaram e/ou compactuaram com tal vergonhoso posicionamento.
Sobre tais "profissionais" "defensores", cabem algumas palavras adicionais: são todos concursados, tem estabilidade plena e vitalícia, um salário mensal relativamente confortável (frente a enorme maioria da população brasileira), direito a diversos tipos de bônus e outras ajudas de custo adicionais e funcionais, contam com estrutura, assistências de diversas áreas, outros recursos adicionais (financeiros, logísticos e tecnológicos), e mesmo assim não têm a dignidade de zelar pelo mínimo de INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA - que deveria ser uma prerrogativa funcional e profissional básica para se exercer plena e devidamente o serviço público para a população, pelo qual são contratados e por quem são devidamente contratados/remunerados, por nós, a população...
Se até mesmo a Defensoria e certos "Defensores" se prestam a este papel, esperar o quê de todo Sistema de Justiça aqui em SP? Inclusive em relação a movimentos e a causas emblemáticas como a nossa, nós que sempre estivemos em pronta defesa e fortalecimento desta instituição (como por um exemplo recente, frente às tentativas recentes do Sr. Deputado Estadual Campos Machado, do PTB-SP, de constranger judicial e criminalmente a Defensoria, há alguns poucos meses atrás).
Do lado de cá, de nossa parte, continuamos a ver e conviver diariamente uma multidão crescente de mães e familiares de vítimas dos mais variados tipos de violação deste Estado Genocida e deste genocida Governador - agora homenageado por esta Defensoria Pública (sic) - muitas vezes fazendo nós, sem qualquer mínima condição (nem o devido apoio), o trabalho pelo qual estes "servidores" (públicos ou do governador?!) são devidamente pagos e aparelhados para fazer.
Estamos fadadas/os a seguir peregrinando, sem fim, a nossas próprias custas e entregues a nossa própria sorte, pelas infindáveis filas, instâncias e demais humilhações kafkianas destas instituições burocráticas, atrás do mínimo de Justiça, de Reparação, e de nossos Direitos mais básicos, sabendo claramente agora não poder contar com - mais esta - instituição.
Que tal posicionamento explícito/homenagem pública ao Sr. Governador Genocida, um verdadeiro e derradeiro tapa em nossa cara, seja ao mesmo tempo uma devida lição para nós e os demais movimentos sociais, organizações de direitos humanos e populares que, nalgum dia, cultivamos alguma ilusão sobre a Defensoria Pública (sic) do Estado de São Paulo. Convidamos todos vocês a co-assinarem conosco, nem que seja em solidariedade, esta humilde nota-manifesto.
Mais do que nunca, daqui em diante tem que ser mesmo Nós por Nós!
* Movimento social argentino constituído por mães de cidadãos desaparecidos ou mortos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983).
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