Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
15/11/2016 | Atualizado às 15:20
 [fotografo]Juca Varella/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Além disso, a ampliação no uso das redes sociais para manifestações políticas também se refere aos anos de 2014 e 2015, em que ficou evidente a polarização entre os usuários em meio às repercussões das eleições presidenciais e ao embate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, contando inclusive com o uso de expressões pejorativas para ofender aqueles que pensavam ideologicamente diferente - o mais significativo foi, e continua sendo, o embate "coxinhas x petralhas".
Considerando tais aspectos, a linha histórica traçada até aqui permite afirmar que 2016 segue a tendência dos anos anteriores e é produto de um processo inacabado de consolidação das redes sociais como principal plataforma de manifestação política dos jovens.
Assim, destaco uma primeira lição deste ano, ao qual a divido em dois aspectos: primeiro, em tempos de difusão instantânea de informações, as redes sociais não estão isentas do compartilhamento de conteúdo político impreciso e inverídico - pelo contrário. Como exemplo, no mês de abril, no exato momento em que a Câmara autorizava a instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, três das cinco notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas. Segundo, as discussões políticas em meios digitais têm ampliado suas capacidades nocivas, inclusive abalando amizades novas e antigas.
Em decorrência disso, surge a segunda lição: ainda não vencemos os dilemas da polarização política e ideológica, provada pela vivência nas redes sociais. Nós, jovens, precisamos entender que, assim como nas manifestações de 2013, é possível encontrar pontos de convergência sobre o que mudar na política. Por mais utópico que possa parecer, a lógica do "juntos somos mais fortes" pode prevalecer quando percebermos que é possível cooperar e dialogar politicamente, mesmo quando os interlocutores pensam diferentemente. Para tanto, um exercício inicial pode ser refletir sobre o princípio da alteridade e sua mensagem de interdependência de um sujeito em relação ao outro.
Por fim, destaco a última lição, referente à necessidade de ressignificarmos a participação do jovem na política. O ano de 2016 mostrou que podemos - e devemos - pensar em formas de melhorar essa participação. Os jovens são importantes agentes, têm se engajado cada vez mais e são os nossos futuros representantes nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário - alguns até já ocupam estas instâncias.
Nesse sentido, acredito que três aspectos são importantes nesse processo que denominei de "ressignificação" da participação do jovem. Primeiro, precisamos empoderar e contribuir com coletivos sociais que buscam promover o diálogo entre diversas perspectivas político-ideológicas, a fim de mitigarmos a polarização nociva à convivência em sociedade; segundo, não podemos esquecer que a política não se resume a confrontação e discórdia, ela é também consenso e cooperação; e terceiro, precisamos reciclar constantemente o nosso ideal de política, ao passo que saibamos distinguir o que não é política - agressões verbais e físicas entram nesse contexto.
Portanto, o ano de 2016 deixa algumas lições para refletirmos nos anos que virão. Avançamos bastante, mas como a melhor escolha que temos é seguir em frente, precisamos pensar no que podemos melhorar para não estagnar em meio a nossa crise política e econômica.
*Formado em Relações Internacionais e fundador do coletivo Café Com Política
Mais sobre crise política
 Mais sobre crise brasileira
[fotografo]Juca Varella/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Além disso, a ampliação no uso das redes sociais para manifestações políticas também se refere aos anos de 2014 e 2015, em que ficou evidente a polarização entre os usuários em meio às repercussões das eleições presidenciais e ao embate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, contando inclusive com o uso de expressões pejorativas para ofender aqueles que pensavam ideologicamente diferente - o mais significativo foi, e continua sendo, o embate "coxinhas x petralhas".
Considerando tais aspectos, a linha histórica traçada até aqui permite afirmar que 2016 segue a tendência dos anos anteriores e é produto de um processo inacabado de consolidação das redes sociais como principal plataforma de manifestação política dos jovens.
Assim, destaco uma primeira lição deste ano, ao qual a divido em dois aspectos: primeiro, em tempos de difusão instantânea de informações, as redes sociais não estão isentas do compartilhamento de conteúdo político impreciso e inverídico - pelo contrário. Como exemplo, no mês de abril, no exato momento em que a Câmara autorizava a instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, três das cinco notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas. Segundo, as discussões políticas em meios digitais têm ampliado suas capacidades nocivas, inclusive abalando amizades novas e antigas.
Em decorrência disso, surge a segunda lição: ainda não vencemos os dilemas da polarização política e ideológica, provada pela vivência nas redes sociais. Nós, jovens, precisamos entender que, assim como nas manifestações de 2013, é possível encontrar pontos de convergência sobre o que mudar na política. Por mais utópico que possa parecer, a lógica do "juntos somos mais fortes" pode prevalecer quando percebermos que é possível cooperar e dialogar politicamente, mesmo quando os interlocutores pensam diferentemente. Para tanto, um exercício inicial pode ser refletir sobre o princípio da alteridade e sua mensagem de interdependência de um sujeito em relação ao outro.
Por fim, destaco a última lição, referente à necessidade de ressignificarmos a participação do jovem na política. O ano de 2016 mostrou que podemos - e devemos - pensar em formas de melhorar essa participação. Os jovens são importantes agentes, têm se engajado cada vez mais e são os nossos futuros representantes nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário - alguns até já ocupam estas instâncias.
Nesse sentido, acredito que três aspectos são importantes nesse processo que denominei de "ressignificação" da participação do jovem. Primeiro, precisamos empoderar e contribuir com coletivos sociais que buscam promover o diálogo entre diversas perspectivas político-ideológicas, a fim de mitigarmos a polarização nociva à convivência em sociedade; segundo, não podemos esquecer que a política não se resume a confrontação e discórdia, ela é também consenso e cooperação; e terceiro, precisamos reciclar constantemente o nosso ideal de política, ao passo que saibamos distinguir o que não é política - agressões verbais e físicas entram nesse contexto.
Portanto, o ano de 2016 deixa algumas lições para refletirmos nos anos que virão. Avançamos bastante, mas como a melhor escolha que temos é seguir em frente, precisamos pensar no que podemos melhorar para não estagnar em meio a nossa crise política e econômica.
*Formado em Relações Internacionais e fundador do coletivo Café Com Política
Mais sobre crise política
 Mais sobre crise brasileiraTags
Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física